Vila Franca de Xira “à espera para ver” no que vai dar a Jornada Mundial da Juventude
A oposição critica a maioria socialista na Câmara de Vila Franca de Xira pela ausência de informação e de medidas que visem potenciar a proximidade do concelho a um acontecimento único que vai trazer mais de um milhão de pessoas ao nosso país.
A pouco mais de mês e meio da chegada da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ao vizinho concelho de Loures o município de Vila Franca de Xira admite que a organização da festa está atrasada e continua à espera de indicações da comissão organizadora para poder tomar decisões. Uma postura de “esperar para ver” que mereceu queixas da oposição CDU e coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) na última reunião de câmara.
“Estamos a acompanhar com a comissão organizadora da JMJ o que há para fazer porque ainda há muitas indicações que nos têm de dar para podermos montar isto no terreno, até em termos de animação. Estamos preparados para avançar mas precisamos dessas indicações”, lamentou Fernando Paulo Ferreira, presidente do município. O autarca socialista foi questionado pela oposição sobre o que está planeado para acolher os peregrinos no concelho de VFX. “Temos vindo a fazer o levantamento dos sítios que poderão estar disponíveis para receber os peregrinos e o comandante da Protecção Civil municipal tem trabalhado com a Protecção Civil distrital. Do ponto de vista da organização ainda há atrasos sobretudo na comunicação concreta de quantas pessoas vêm e para onde”, criticou.
O autarca de Vila Franca de Xira condenou também ainda não serem conhecidos estudos de mobilidade, estradas ou ruas que na Área Metropolitana de Lisboa terão de ser fechadas ou adaptadas para permitir a passagem de peregrinos e do Papa. “Ainda há grande trabalho a fazer para podermos acolher da melhor maneira possível o número de pessoas esperadas. Continuaremos a acompanhar o processo”, prometeu.
Do lado da coligação Nova Geração, Vítor Silva lamentou o “vazio e silêncio tremendo” da Câmara de Vila Franca de Xira sobre o assunto. “Um evento desta magnitude acontece aqui tão próximo e parece que nos passa ao lado. Existe alguma programação de acolhimento aos peregrinos? Alguma articulação com as paróquias? Vão disponibilizar escolas, pavilhões ou o parque de campismo para alojamento dos peregrinos?”, questionou. Também José João Oliveira, da CDU, alertou para os impactos que as jornadas vão causar no concelho. “O que temos visto são outros concelhos a dar conta do que vão fazer e aqui, apesar de sermos vizinhos, nada foi divulgado”, lamentou.
Esgotos para o Tejo?
Na última semana ouviram-se relatos de funcionários afectos aos trabalhos de preparação do local onde vai decorrer em Loures a Jornada Mundial da Juventude dando nota da alegada intenção de serem instalados sanitários no local cujo saneamento seria ligado directamente ao rio Tejo sem qualquer tratamento e a pouca distância da zona ribeirinha da Póvoa de Santa Iria. O MIRANTE questionou o município de Loures por escrito sobre o assunto mas não recebeu resposta até ao fecho desta edição. No entanto, fonte ligada à câmara garante que os sanitários a instalar deverão ser todos de base química e reutilizáveis não necessitando por isso de ligação a ramais de esgotos considerando os relatos puramente “especulativos e insultuosos”.