Novas queixas por causa de pedreira da Cimpor
Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira revelou que depois da suspensão dos rebentamentos em A-dos-Melros a empresa terá começado a explorar outras zonas da pedreira que levaram ao aparecimento de novas queixas de moradores, desta vez de povoações vizinhas.
A decisão administrativa da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) de suspender parcialmente o uso de explosivos numa faixa da pedreira da Cimpor junto à aldeia de A-dos-Melros, em Alverca do Ribatejo, melhorou a qualidade de vida dos moradores mas obrigou a empresa a explorar outras partes da pedreira para obter matéria-prima e assim poder manter a produção. Uma situação que, diz agora a Câmara de Vila Franca de Xira, levou a que tenham surgido queixas de moradores de outros povoados próximos da área de exploração da pedreira, longe de A-dos-Melros, que dizem ter começado a sofrer com sons de explosões e pequenas vibrações que no passado não sentiam.
“Nos últimos tempos a Cimpor começou a redireccionar a exploração da pedreira para outros locais e o que nos tem chegado são algumas queixas, de outras zonas que não A-dos-Melros”, revelou Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, na última reunião do executivo, onde discutiu o assunto por proposta do vereador do Chega. O autarca socialista diz que os serviços municipais estão a tentar perceber se o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) tem condições para que o estudo sísmico já em curso em A-dos-Melros possa ser alargado a outros locais onde têm sido ouvidas queixas de perturbações. “Estamos nessa fase de tentar perceber e vamos continuar a acompanhar esta matéria”, garante o autarca.
Fernando Paulo Ferreira continua a elogiar a decisão da DGEG de suspender parcialmente a exploração da pedreira em A-dos-Melros até que sejam garantidas condições de segurança para as casas da aldeia, considerando que foi uma mais-valia para a comunidade. “E espero que a exploração continue suspensa, permitindo paz social e reduzir a perigosidade dos terrenos existentes”, frisou, lembrando que o município tem tentado ajudar a comunidade ainda que não tenha competência legal para o fazer.
O tema veio a debate por proposta do vereador Barreira Soares, do Chega, que quis saber o ponto de situação dos trabalhos e considerou inaceitável que, nove meses depois do assunto ter vindo a público, ainda não hajam conclusões a apresentar. “Já se apurou responsabilidades? Esta paragem da exploração não é vitalícia. Devíamos estar a fazer algo mais. Há uma pedreira às portas de uma localidade. Temos de perceber se os rebentamentos são ou não prejudiciais”, defendeu.