Refugiados ucranianos refizeram a vida mas sonham com o regresso
Olena Derkach e Vira Mala têm em comum o facto de viverem na região depois de terem deixado a Ucrânia no início da guerra. Ambas trabalham mas sonham voltar ao país natal.
Olena e Ruslán Derkach fugiram de casa em Donetsk com o início das manifestações armadas pró-russas de 2014. Com alguns sacos e as duas filhas, Anna e Sofiia, na altura com cinco e três anos, pela mão mudaram-se para uma pacata aldeia perto de Kiev, longe de imaginar que essa não seria a última grande mudança nas suas vidas. Com a invasão das tropas russas à Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022, o pesadelo aconteceu de novo, mas desta vez ficou para trás a casa, a aldeia e o país. “O desespero foi muito grande. Sempre que tinha que ir à rua era um sobressalto porque ouviam-se bombas, não sabíamos bem o que estava realmente a acontecer. Quisemos ir para bem longe do nosso país”, recorda a coreógrafa e professora de dança.
Um avião levou a família até Lisboa, mas ficar na capital tornou-se insustentável uma vez que grande parte dos refugiados ficavam por lá. Acabaram por se mudar para Santarém e refazer a vida pela segunda vez. Ruslán Derkach trabalha como electricista e Olena Derkach no serviço de apoio domiciliário de uma instituição.