Sociedade | 09-07-2023 10:00

Isidro Godinho vive numa barraca imunda na Castanheira do Ribatejo

Isidro Godinho vive numa barraca imunda na Castanheira do Ribatejo
Isidro Godinho vive numa barraca imunda sem o mínimo de condições a poucos metros da Estrada Nacional 1 na Castanheira do Ribatejo

Não há quem queira valer ao morador sexagenário que não tem família nem qualquer tipo de apoio. Isidro Godinho vive com pouco mais de 200 euros numa barraca sem o mínimo de condições de higiene.

O cheiro pestilento a urina e fezes torna quase irrespirável o ar dentro da barraca onde vive Isidro Godinho, de 60 anos, a poucos metros da Estrada Nacional 1, em Castanheira do Ribatejo. Uma das divisões da casa está cheia de água imunda que sai de uma caixa de esgoto e para se circular entre a cozinha e o quarto de Isidro Godinho tem de se mergulhar os pés nessa imundície. Um cenário desumano que chocou António Gomes, vizinho, que já alertou as autoridades para o problema e está a tentar ajudar Isidro Godinho, que tem dificuldades na fala, a procurar uma solução e um tecto condigno.
Isidro Godinho vive na barraca há quase uma década e tem passado à margem das entidades que o poderiam ajudar. Foi novo para o Algarve, onde trabalhou com máquinas e foi servente de obras. Quando a firma faliu regressou à Castanheira do Ribatejo e à casa de familiares. Quando deu por si estava sem tecto e a ocupar um anexo abarracado a que chama casa. Vive de pouco mais de 200 euros que recebe da Segurança Social e da ajuda que recebe no vizinho restaurante Coimbra e do Minimercado do Bairro onde trabalha a mulher de António Gomes. “São eles que o vão ajudando com alguns alimentos e o pequeno-almoço”, explica. Isidro Godinho confirma: “É a única coisa que como, mais nada”, lamenta.
Como um mal nunca vem só Isidro foi enganado há três anos por um morador do concelho, que o levou para trabalhar no campo, não lhe pagava e ainda ficava com o dinheiro que este recebia de pensão. Mais uma vez foram os vizinhos a dar com o esquema e a fazer queixa na polícia. “Fizeram dele um escravo”, lamenta a vizinhança, que está solidária e não sabe mais o que fazer para ajudar.
“Isto é urgentíssimo. O senhor com os pés molhados a mexer nas instalações eléctricas corre o risco de morrer electrocutado. É uma situação grave que precisa de solução urgente. Isto está péssimo”, apela António Gomes.
O próprio Isidro Godinho confirma: quando sai da cama tem de mergulhar os pés na água de esgoto e caminhar até um canto com um balde onde faz as necessidades. O presidente da União de Freguesias da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras já esteve no local com assistentes sociais mas desconhece-se ainda que medidas de apoio vão ser tomadas. O MIRANTE questionou a Câmara de Vila Franca de Xira sobre este assunto mas não recebeu resposta até à data de fecho desta edição.

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