Misericórdia de Tomar vai instalar unidade de saúde na Barquinha
Autarcas de Tomar consideram que instalação de uma Unidade de Cuidados Continuados no concelho de Vila Nova da Barquinha se deve à falta de diálogo e de abertura da direcção da instituição. Misericórdia de Tomar queria que município cedesse terreno que não lhe pertence.
A Santa Casa da Misericórdia de Tomar foi para a frente com a ideia de instalar uma Unidade de Cuidados Continuados num município vizinho, situação que não caiu bem nos autarcas de Tomar. A opção da instituição em levar a unidade para o concelho de Vila Nova da Barquinha, mais precisamente para a freguesia de Atalaia, foi vista pelo presidente e vice-presidente da autarquia tomarense como uma solução que reflectiu falta de diálogo e de abertura da direcção da Misericórdia de Tomar. “A instituição queria que cedêssemos um terreno específico para a construção da infraestrutura, mas acontece que esse terreno, localizado na zona das Avessadas, não é do município. Portanto não o podíamos ceder. Nunca houve abertura [da parte da direcção da instituição] para outra possibilidade”, afirmou Hugo Cristóvão (PS), vice-presidente do município, em declarações a O MIRANTE.
A presidente Anabela Freitas também abordou o assunto com a rádio Hertz, considerando lamentável o desenrolar do processo e a falta de diálogo, afirmando que “quem fica a perder são as pessoas e o concelho de Tomar”. Neste ponto Hugo Cristóvão tem uma visão mais ampla e diz que a implementação de uma Unidade de Cuidados Continuados não pode ser vista do ponto de vista bairrista. “Embora lamente a forma como foram feitas as negociações, não posso dizer que a eventual localização da UCC seja má. Vai servir vários concelhos até porque esse tipo de unidade nunca é exclusiva de um concelho. Vai continuar a estar próxima de Tomar”, disse ao nosso jornal. Recorde-se que este assunto tem sido debatido nos últimos meses em várias sessões camarárias. Numa sessão realizada há umas semanas, Anabela Freitas disse que “devemos concentrar-nos a construir pontes e não a dividir, muito mais quando estamos a falar de um investimento que faz falta ao concelho, à região e ao país. Sou adepta de que com o diálogo, mais tarde ou mais cedo, encontraremos uma solução”, disse.