“Vamos envergonhar a engenharia portuguesa”, dizem os promotores do projecto para o novo aeroporto em Alverca
José Furtado e Carmona Rodrigues são dois rostos mais conhecidos do projecto para o novo aeroporto de Lisboa, em Alverca. Numa entrevista a O MIRANTE dizem que vão meter a boca no trombone e denunciar a incompetência e a má fé de quem os afastou da solução para o futuro do novo aeroporto internacional de Lisboa
José Furtado é o rosto mais visível do projecto para o novo aeroporto internacional de Lisboa em Alverca. Quem julga que a equipa de luxo que trabalha neste projecto está vencida, desengane-se. José Furtado e Carmona Rodrigues dão a cara e dizem que muito em breve vão envergonhar a engenharia portuguesa provando que não estão rendidos. “Vão ficar surpreendidos com o que vai ser tornado público. Agora é que a malta vai meter a boca no trombone. De verdade foi uma surpresa sermos eliminados no grupo de Monte Real e Beja; o nosso projecto, com mais de mil páginas, foi tratado ao nível do projecto de Monte Real, que só deve ter apresentado uma carta de recomendação do presidente da câmara municipal”, desabafa José Furtado numa entrevista a O MIRANTE que vai ser publicada na próxima edição impressa do jornal.
Carmona Rodrigues, que fez dupla com José Furtada nesta conversa, confirma que os dois critérios ambientais que chumbaram Alverca são errados. “Ou foi ignorância ou foi má-fé”. José Furtado explica melhor: “Vamos envergonhar 12 anos de engenharia portuguesa porque foi o LNEC que defendeu o aeroporto em Alcochete, e todas as Ordens foram atrás. Vai provar-se que Alcochete é um embuste. Todos diziam que Alverca não podia ser aproveitada porque a pista conflituava com a outra pista da Portela. Bastou rodar uma pista, que foi o que se fez em Paris, por exemplo. Portanto, vamos envergonhar todos os que disseram, todos estes anos, e que defenderam Alcochete, que Alverca não tem hipóteses. O aeroporto em Alcochete, se for em frente, vai ocupar 7.500 hectares, que é o tamanho do maior Campo Militar da Europa. Não há memória de uma aberração destas. Não há caso único caso no mundo que tenha acabado com um campo de tiro operacional, ainda por cima num território considerado único no mundo”.
Santarém serviu para baixar a bolinha aos homens da Vinci
Sobre a possibilidade da escolha de Santarém para o novo aeroporto, José Furtado e Carmona Rodrigues falam a uma só voz: “Santarém nunca vai ser, mas é uma moeda de troca para negociarem. A Vinci é que tem razão porque alguém tem que pagar tudo isto no fim. Santarém veio para arrefecer um bocado os franceses da Vinci, porque no contrato de concessão Santarém já fica fora. Até agora só serviu para baixar a bolinha aos homens da Vinci”.
Na entrevista, a posição da câmara de Vila Franca de Xira e do executivo da Junta de freguesia de Alverca também não são poupados, assim como José Sócrates e Pedro Nunes Santos, que fazem parte do problema e não da solução.