Mãe desesperada por não ter creche onde deixar o filho em Benavente
Em Benavente não há vagas para crianças frequentarem a valência de creche. Pais continuam aflitos porque não têm onde deixar os filhos no regresso ao trabalho. Câmara Municipal de Benavente diz que o Governo não acautelou a situação quando implementou as creches gratuitas.
Rita Rolo foi mãe recentemente e não tem onde deixar o filho quando a licença de maternidade terminar, em Agosto. A morar em Benavente e a trabalhar numa pecuária não consegue vaga no berçário para o filho. O pai trabalha numa ganadaria e por isso diz que a solução é o bebé “ir com o pai para os touros ou com a mãe para os porcos”, porque não existem amas disponíveis nem vagas nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho. “Estou a atravessar uma fase má, com noites sem dormir, a pensar no que vou fazer ao meu filho. Quero trabalhar e não há creches, não há amas e os avós não têm condições para ficar com o menino. Preciso de ajuda da câmara”, conta desesperada.
A vice-presidente do município, Catarina Vale, reconhece o problema. A autarca considera que o Governo não acautelou o número de vagas no território quando implementou a gratuitidade das creches. Não existe oferta privada em Benavente e as IPSS estão sem vagas. Em Benavente só existe a creche e jardim-de-infância. Em Samora Correia existe a Fundação Padre Tobias e há uma creche em Santo Estêvão.
Catarina Vale diz que a solução demora tempo e passa por ampliar os edifícios das IPSS. O antigo Colégio Miúdos e Companhia foi comprado pela autarquia e vai ser gerido pela Fundação Padre Tobias. O projecto está a ser reformulado e só quando entrar em funcionamento é que vão abrir mais algumas vagas para as crianças. Em Benavente a situação é mais aguda por causa do aumento demográfico, justificou a autarca.