Autarcas de Vila Franca de Xira acertaram ao não caírem no jogo da SAD do Vilafranquense
Mudança da sociedade anónima desportiva que geria o futebol profissional do Vilafranquense para a vila das Aves veio demonstrar que a Câmara de VFX tinha razão ao não avançar com construção de um novo estádio para servir esse projecto. Presidente da câmara continua a defender um projecto moderno e integrado que sirva dois clubes e o futebol de formação.
Ainda bem que a Câmara de Vila Franca de Xira não avançou para a construção de um estádio de grandes dimensões como pretendia a sociedade anónima desportiva (SAD) que geria o futebol profissional do Vilafranquense. A convicção foi deixada na última semana, em reunião de câmara, pelo presidente do executivo, Fernando Paulo Ferreira, ao considerar que se tal tivesse acontecido teria sido um erro que lesaria fortemente o erário público.
O autarca socialista diz que o tempo veio dar razão à câmara municipal, quando esta avisou por diversas vezes que os interesses do erário público não devem servir entidades privadas do futebol. Entidades essas que acabaram por trocar Vila Franca de Xira pela Vila das Aves, numa mudança de camisola movida por interesses que deixou os adeptos ribatejanos com um amargo de boca até aos dias de hoje.
“Os serviços estão a estudar a ampliação do espaço desportivo do Cevadeiro. Poderá haver novidades em breve. O aumento da capacidade desportiva daquele espaço ultrapassará a modalidade do futebol”, explica Fernando Paulo Ferreira. A ideia do executivo socialista é melhorar o espaço existente e multiplicar as possibilidades de utilização desportiva daquela área, que será aumentada para o espaço da antiga Escola da Armada e servirá não apenas o União Desportiva Vilafranquense mas também o vizinho Alhandra Sporting Club, que continua sem um campo onde desenvolver o futebol de formação.
O assunto veio a lume pela voz de José João Oliveira, da CDU, que saudou a decisão recente do UDV de retomar a prática de futebol de onze, ainda que de volta ao terceiro escalão distrital. “Há dois anos a câmara contraiu um empréstimo para reformular o estádio (2,6 milhões de euros). Face à nova realidade do UDV chegou a hora de fazer uso desse empréstimo e melhorar as condições do Cevadeiro”, pediu. O autarca lembrou que com mais e melhores condições para a prática do desporto o município conseguiria resolver não apenas o problema do UDV como também do ASC. “O que pedimos é que qualquer estudo ou projecto para o futuro complexo desportivo municipal seja alvo de um estudo integrado”, apelou.
SAD virou costas a VFX e rumou a norte
A SAD que geria o futebol profissional do Vilafranquense, recorde-se, anunciou em Abril a mudança para a vila das Aves depois de ter visto que o município não ia construir um estádio que lhes permitisse receber jogos da 2ª Liga. Numa assembleia-geral polémica, no final de 2022, os sócios decidiram permitir a venda dos 10% que o clube detinha na SAD, permitindo dessa forma libertar a SAD para fazer o que entendesse. Incluindo sair de Vila Franca de Xira, o que veio a acontecer. No final de Maio a mudança foi concretizada. “Levaram tudo o que existia no Cevadeiro, nem os pensos e ligaduras ficaram. Deixaram tudo vazio”, criticou David Pato Ferreira, vereador da Nova Geração (PSD/PPM/MPT).