Apoio a vítimas das cheias em VFX ficou abaixo do previsto
Revisão orçamental na Câmara de Vila Franca de Xira desafectou 200 mil dos 500 mil euros que estavam inicialmente disponíveis. Maioria das candidaturas aos apoios foram apresentadas por empresas e não foram aceites por terem níveis de facturação elevados.
Até ao início de Julho foi entregue pela Câmara de Vila Franca de Xira a particulares, empresas e associações do concelho que foram vítimas das intempéries de Dezembro um valor global de 86 mil euros. A informação foi comunicada durante a discussão de uma proposta de revisão orçamental na última reunião do executivo, onde constava um emagrecimento de 200 mil euros no meio milhão que estava inicialmente previsto, porque o município acredita que, nesta fase, os pedidos de apoio já não serão expressivos.
A maioria das candidaturas apresentadas ao apoio extraordinário concedido pelo município para apoiar quem perdeu bens nas cheias de Janeiro foi de particulares e empresas. No entanto, no caso das empresas, muitas não viram as suas candidaturas aprovadas, ou por terem níveis de facturação superiores a meio milhão de euros ou por não terem a sua sede social no concelho de Vila Franca de Xira. “Agora estamos a aguardar pela chegada das candidaturas de algumas associações que também tiveram prejuízos e esperam-se outras até ao final do ano, mas no caso das empresas o grosso do montante de apoio previsto não será usado”, explicou Fernando Paulo Ferreira, presidente do município.
Uma vez que já se está em Julho, a perspectiva do município é não vir a gastar todo o dinheiro que alocou para dar resposta a eventuais pedidos de ajuda. Recorde-se que o município não quis esperar pela chegada dos apoios do Governo e decidiu avançar com um programa de emergência para dar resposta a quem sofreu danos materiais nas cheias. A verba destinava-se a financiar perdas não cobertas pelas seguradoras ou pelo co-pagamento do Estado.
A estimativa total dos custos sofridos no concelho com as intempéries de Dezembro de 2022 foi de 9 milhões e 200 mil euros. A maioria dos estragos foi sentido em infraestruturas e equipamentos municipais, mas houve também danos avultados em habitações e actividades económicas, com prejuízos a rondar os 600 mil euros. Em seis dias a Protecção Civil Municipal registou 175 ocorrências em todo o concelho, entre inundações, situações de movimentos de terras e deslizamentos, limpeza de vias, quedas de árvores e quedas de estruturas.