Sociedade | 24-07-2023 12:00

Bombeiros de Tomar salvam vida através do diálogo e compreensão

Bombeiros de Tomar salvam vida através do diálogo e compreensão
Barragem de Castelo de Bode tem mais de cem metros de altura

Homem de 37 anos ameaçou atirar-se da Barragem de Castelo de Bode mas operacionais dos Bombeiros do Município de Tomar conseguiram dissuadi-lo. Chamada com operador de telefone que durou 20 minutos foi essencial para evitar a tragédia.

Sábado, 15 de Julho, 17h41. Os Bombeiros do Município de Tomar recebem uma chamada de um homem, de 37 anos, a avisar que dentro de momentos se vai atirar da Barragem de Castelo de Bode. O operador que recebe a chamada não entra em stress e mantém a calma até avisar o sub-chefe de segunda, Nuno Oliveira, e mais alguns operacionais em serviço. A comunicação entre o efectivo é realizada de forma a que a vítima não se aperceba que no imediato vão sair do quartel em seu auxílio. A viagem é apressada e demora pouco mais de 10 minutos; durante o trajecto o operador de telefone mantém a conversa com a vítima e tenta perceber as razões que a fazem querer tomar uma decisão drástica e com consequências definitivas para a sua vida. Tristeza, angústia e desespero são as razões que colocam entre a vida e a morte o homem, residente no concelho. A chegada ao local de três veículos e oito operacionais é mais um passo importante para concluir a missão e salvar a vida da vítima. Quando chegam, ainda o operador de telefone está a realizar o seu trabalho. Com recurso ao diálogo e à compreensão, o homem decide abandonar o parapeito e evitar uma queda fatal de mais de cem metros de altura. Já em segurança, é transportado para o Hospital de Tomar, do Centro Hospitalar do Médio Tejo, ficando ao cuidado do Serviço de Psiquiatria.
A história foi contada a O MIRANTE pelo sub-chefe Nuno Oliveira, um dos heróis do dia. Com mais de 26 anos de serviço na corporação, que cada vez mais aposta na profissionalização do seu efectivo, o bombeiro explica que uma das medidas que adoptaram foi desligar as sirenes a cerca de um quilómetro do local onde a vítima se encontrava. “Todos os anos realizamos formações para lidar com este tipo de ocorrência. São situações muito especificas que se resolvem, quando existe essa possibilidade, através do diálogo e compreensão”, sublinha. Nuno Oliveira explica ao nosso jornal que as estatísticas apontam para a ocorrência de uma a duas tentativas de suicídio por ano a que os Bombeiros de Tomar são chamados a socorrer, fora as que são consumadas.

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