Concurso para nova creche do IAC do Forte da Casa sem concorrentes

Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira diz que é preciso a Segurança Social rever em alta o valor do apoio à obra por causa da inflação, sob pena da instituição não conseguir realizar a empreitada.
O concurso público para construção da nova creche e arranjos exteriores do Instituto de Apoio à Comunidade (IAC) do Forte da Casa ficou deserto pela segunda vez. Nenhum empreiteiro se candidatou à obra por considerar que o valor proposto, de um milhão e 182 mil euros, está abaixo do necessário para que os trabalhos possam ser executados. A culpa é apontada à inflação e ao aumento do custo dos materiais nos últimos dois anos, altura em que a instituição se candidatou ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais de segunda geração (PARES 2.0) da Segurança Social.
A empreitada visava construir uma nova creche com capacidade para 112 crianças num terreno com as fundações já concluídas, situado junto à igreja do Forte da Casa e que há mais de uma década está ao abandono, para desagrado dos moradores das proximidades. “O IAC não vai conseguir adjudicar a obra”, lamentou o presidente do município de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, na última reunião de câmara.
O autarca, que recentemente também foi forçado a rever em alta o preço a pagar pela construção do passeio ribeirinho em Alverca do Ribatejo, diz que também isso terá de acontecer ao nível da Segurança Social. “O IAC está a tentar que a Segurança Social reveja em alta as suas comparticipações neste processo, porque as empreitadas aumentaram muito de valor e o que definiram por sala não chega para as instituições fazerem sequer os concursos”, criticou.
O concurso público da obra previa um prazo de execução, sem incluir renovações, de 16 meses. Surge depois de um parecer favorável à candidatura apresentada pelo IAC ao PARES 2.0. O terreno, propriedade municipal, foi cedido ao IAC há uma década por um período de 75 anos, inicialmente destinado à construção de uma Unidade de Cuidados Continuados, um sonho do fundador do IAC, António José Inácio, que caiu por terra com a crise financeira de 2008 e a chegada da Troika ao país. Iria ter 60 camas para apoio a idosos e custar perto de 7,5 milhões de euros. Depois disso o IAC entrou numa crise profunda, o presidente e fundador da instituição foi afastado e a associação entrou num processo de recuperação e equilíbrio das suas contas e gestão com novos dirigentes.