Apartamentos da ex-EPC rendem quase um milhão à Câmara de Santarém
Hasta pública para alienação dos quatro blocos de apartamentos da antiga Escola Prática de Cavalaria desta vez teve concorrentes e todo o património foi adjudicado. Edifícios vão ser recuperados e destinados ao mercado de habitação.
Quase um milhão de euros é quanto a Câmara de Santarém vai encaixar com a venda dos quatro blocos de apartamentos da antiga Escola Prática de Cavalaria, que foram a hasta pública na manhã de sexta-feira, 28 de Julho. A base de licitação para cada um dos blocos, composto por oito apartamentos, foi de 217.580 euros e desta vez apareceram interessados em adquirir aquele património que está ao abandono há mais de uma dúzia de anos. Quatro sociedades apresentaram propostas para aquisição de um ou mais blocos e, curiosamente, nas licitações que se seguiram à abertura das propostas cada empresa acabou por ficar com um bloco.
O bloco 1 foi adjudicado por 230.000,10 euros à empresa Afonso Leonardo Lda; o bloco 2 foi adjudicado à empresa Sucesso Digital Lda por 226.553 euros; o bloco 3 foi adjudicado à empresa Ricardos & Silvério Lda por 240.900,11 euros; e o bloco 4 foi adjudicado à empresa Vontade Mágica Lda 239.800,11 euros. No total, o município vai encaixar cerca de 937 mil euros.
A autarquia já tinha tentado vender anteriormente aquele património em hasta pública, não tendo nessas ocasiões surgido interessados. Daí ter baixado substancialmente o valor base de licitação para cada bloco, que chegou a ser mais do dobro do que foi agora estabelecido. A realização desta nova hasta pública foi aprovada pelos eleitos do PSD e do PS na reunião do executivo camarário de 26 de Junho, com o vereador do Chega a abster-se. A proposta teve depois também luz verde da assembleia municipal. O vice-presidente da autarquia, João Leite, referiu na altura que o objectivo, com a venda e reabilitação daqueles edifícios devolutos, é promover a habitação de qualidade.
Nessa mesma reunião de 26 de Junho, o executivo aprovou também a revogação do protocolo que tinha estabelecido em Setembro de 2021 com o Instituto Politécnico de Santarém, que previa a cedência daqueles blocos de apartamentos para serem adaptados a residências de estudantes. O projecto não conseguiu obter financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pelo que o protocolo deixou de fazer sentido.
Aquele património já se encontrava em bastante mau estado quando o município ficou na posse do bloco residencial em 2011, cinco anos depois da EPC ter sido transferida para Abrantes. Ao longo destes anos de abandono, as antigas casas dos oficiais foram palco de episódios menos dignificantes e são um retrato de degradação num dos acessos mais concorridos ao planalto citadino. Nos últimos tempos, um dos apartamentos esteve a servir de casa a um casal sem-abrigo, entretanto realojado. O edifício foi novamente emparedado.