Torres Novas abre concurso para a remoção de resíduos da Fabrióleo
Executivo municipal de Torres Novas aprovou a abertura do concurso para a aquisição de serviços que vão recolher, transportar e dar o tratamento adequado aos resíduos da fábrica insolvente.
O executivo da Câmara de Torres Novas aprovou, na reunião privada de 19 de Julho, a abertura de concurso público para “aquisição de serviços para remoção, recolha, transporte e tratamento de resíduos da Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) da Fabrióleo, antiga fábrica de transformação de óleos usados situada em Carreiro da Areia. De acordo com informação da autarquia presidida por Pedro Ferreira, o custo estimado dos trabalhos é de 702.830 euros, acrescido de IVA a 6%, prevendo-se que a sua execução ocorra na totalidade em 2023.
O objectivo é assegurar o encaminhamento dos resíduos armazenados nos diversos tanques e lagoas localizados nas instalações da Fabrióleo “para tratamento em destino final adequado, minimizando-se os danos que a permanência dos mesmos está a causar para os recursos hídricos superficiais e subterrâneos, solo e população em geral”, refere o município.
Na sequência da insolvência da Fabrióleo, recorde-se, o município verificou a necessidade de tomar medidas urgentes com vista à remoção dos efluentes da ETARI da empresa para evitar “um acidente ambiental grave, garantindo a protecção da saúde pública. A 6 de Março assumiu o compromisso no âmbito do protocolo celebrado com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entidade à qual cabe suportar os encargos resultantes da execução do protocolo até ao montante de 745 mil euros, devendo o município providenciar a execução dos trabalhos.
A Fabrióleo foi acusada durante anos de efectuar descargas poluentes para a ribeira da Boa Água, afluente do rio Almonda. Foi mandada encerrar pelo IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação) em 2018 na sequência de um conjunto de denúncias e inspecções, num processo que se arrastou pelos tribunais. Sofreu várias contra-ordenações, uma das quais em Abril de 2021 pela APA, com uma multa de 400 mil euros.