Comércio em Fátima com procura superior à do ano do centenário
Com um Verão em que as vendas eram bem menores do que em 2022, a semana da Jornada Mundial da Juventude veio alterar o cenário e ultrapassar expectativas.
Os lojistas em Fátima consideram que o ano em que se assinalou o primeiro centenário dos acontecimentos na Cova da Iria foi muito bom, mas 2023 já está a superar as expectativas graças à compra de imensas “lembrancinhas”. “O ano do centenário foi muito bom, mas este está a superar as expectativas, não estávamos à espera de tanto. A semana passada já foi muito boa na pré-jornada”, garantiu Rita Marto, uma das lojistas.
Todos os anos, Rita Marto acaba por “ajudar um pouquinho” os seus pais nas vendas da banca, durante o mês de agosto, e, embora goste “de fazer negócio”, foi com alguma emoção que destacou o ambiente que rodeou o Santuário de Fátima nos últimos dias. “Ver estes jovens, a alegria e a união, ver isto diariamente, é fantástico. Tem sido muito bom a todos os níveis: ao nível do negócio, organização no geral, limpezas, trânsito e polícias”, referiu.
Os jovens chegam em grupo de vários pontos do mundo e acabam por levar pulseiras, terços da jornada e porta-chaves. “São as coisinhas pequeninas, que são fáceis de transportar e não se partem e ainda trocam entre eles, o que é muito bonito”, apontou. Os jovens procuram especialmente “medalhas e pulseiras com a imagem da Nossa Senhora de Fátima" para levarem de recordação.
“Compram mais santos, especialmente a Nossa Senhora de Fátima. Nem é velas, para a parte das promessas, é mesmo a Nossa Senhora de Fátima”, contou Carolina Oliveira, uma estudante que trabalha nas férias e fins de semana numa banca junto ao Santuário. “A última semana tem sido muito diferente do habitual, com muitas pessoas de vários países, e vamos tendo melhor negócio. Vê-se muita diferença desta semana para as anteriores, tem muito mais gente mesmo do que o normal”, descreveu.
Com um Verão que “estava a ser muito fraco”, em que as vendas eram bem menores do que em 2022, a semana da Jornada Mundial da Juventude veio dar novo fôlego aos negócios e ultrapassar expectativas. “É muito melhor do que em 2017, em que foi só um dia ou outro. É bastante melhor. Como é a Jornada Mundial, foi a semana inteira a trabalhar”, sustentou.
A poucos metros, Raquel Gouveia também não tem mãos a medir na véspera da vinda do Papa para atender os jovens que vão passando em grupo. “O Verão começou um bocadinho mais fraco, mas tem aumentado bastante e é uma alegria receber esta juventude. Acho que nunca houve um evento como este cá em Portugal, deveria repetir-se várias vezes durante o ano: era bom para a economia portuguesa”, disse.
Também a lojista Felisbela Brás garantiu que as “pequenas lembrancinhas” são as mais levadas pelos jovens. “Levam muitas, porque eles são muitos. Esteve mau. Nos meses de junho e julho nem parecia verão, mas agora temos a recompensa”, concluiu.