Empresários da Parreira não se entendem com Câmara Municipal da Chamusca
Presidente da Câmara da Chamusca já reuniu com empresários da Parreira, que anseiam há vários anos pela construção de nova zona industrial na freguesia. Depois de acusarem Paulo Queimado de os ignorar, a última reunião de trabalho não trouxe novidades ao processo.
Tudo indica que a ambição de cerca de uma dezena de empresários da Parreira em construir uma nova zona industrial na freguesia do concelho da Chamusca está longe de ser uma realidade. Depois dos sócios da Associação de Desenvolvimento Industrial da Parreira (ADIP) terem ido à última Assembleia Municipal da Chamusca perguntar ao presidente da câmara as razões para as negociações estarem paradas há mais de dois anos, acusando Paulo Queimado de falta de vontade em colaborar e em criar pontes para arranjar uma solução, o autarca da Chamusca já reuniu com os empresários, mas, segundo o próprio adiantou em sessão de executivo, não houve qualquer evolução.
Paulo Queimado respondeu à questão colocada pelo vereador Tiago Prestes, que quis saber se os problemas de comunicação já estavam ultrapassados. O presidente da autarquia começou por referir que a intervenção na assembleia municipal de Luís Vasconcellos e Souza, fundador e presidente da Agromais que esteve em representação dos sócios, revelou que o mesmo “desconhecia os factos” e que o município tem estado em contacto com os donos dos terrenos. Tiago Prestes não aceitou a justificação de Paulo Queimado e insistiu que, tendo estado presente na assembleia, viu que todos os empresários confirmaram que não tem existido comunicação por parte da autarquia. O presidente da câmara não deu mais abertura à conversa, não sem antes voltar a explicar o posicionamento da câmara e as razões que a levam a não decidir avançar com financiamento próprio para a construção da zona industrial.
Recorde-se que, em 2008, a Assembleia Municipal da Chamusca aprovou por unanimidade uma proposta do executivo camarário para executar uma alteração na planta de ordenamento das localidades de Parreira e Salvador. A medida teve como objectivo mudar a localização da futura Zona Industrial da Parreira para um terreno situado no lugar de Matafome, que foi adquirido pela, na altura, recém criada Associação de Desenvolvimento Industrial da Parreira (ADIP). Têm existido vários constrangimentos, embora os donos dos terrenos considerem que a situação é facilmente ultrapassável e pedem à câmara que honre o compromisso de comparticipar no avanço das obras necessárias à implementação da zona industrial. Paulo Queimado diz que a câmara só avança se houver financiamento comunitário, caso o projecto seja elegível.
Luís Vasconcellos e Souza confirma a O MIRANTE que a reunião com o presidente da câmara “na prática não deu em nada” e que vai haver novo encontro em Setembro deste ano para encontrar uma solução para o problema.
Recorde-se que na última Assembleia Municipal da Chamusca, no período dedicado ao público, Luís Vasconcellos e Souza interveio em nome da Associação de Desenvolvimento Industrial da Parreira (ADIP) para pedir contas ao presidente da câmara sobre as razões para as negociações da construção de uma nova zona industrial na freguesia estarem paradas há mais de dois anos. Na sessão, que se realizou a 28 de Junho e contou com a presença de cerca de uma dezena de associados, o fundador e presidente da Agromais questionou Paulo Queimado, lamentando a falta de diálogo do município; “o caso da Parreira é fora do comum. As pessoas compraram os lotes e querem fazer a infraestrutura e até agora a câmara não tem mostrado abertura para os ajudar a alcançar esse objectivo”, lamentou.
Paulo Queimado referiu que o loteamento industrial em causa deu muito trabalho e muitos milhares de euros de despesa à câmara municipal, nomeadamente devido à alteração do Plano Director Municipal para aquela zona, “que supostamente é inundável”. “Estamos disponíveis para falar sempre. Tenho falado com alguns proprietários de lotes. Havendo financiamento para avançar com a infraestruturação e desenvolvimento destas áreas industriais e económicas estamos disponíveis para avançar ou dar apoio à associação”, disse.
Luís Vasconcellos e Souza voltou a usar da palavra para desmentir o presidente da câmara: “parar uma negociação durante dois anos e meio não faz parte das regras de convivência entre as partes. Devia haver resposta a email, telefonemas, algum feedback. As pessoas queixam-se de que não tem havido pontes e tomam isto como a não vontade do município em colaborar em encontrar uma solução. Estive presente numa das reuniões e o que nos apercebemos é que o assunto não é tão complexo como quis dar a entender. Depende é da vontade expressa das partes. Isto é um projecto que tem uma componente privada e um objectivo social para a zona uma vez que a Parreira é uma terra com características próprias o que permitiria a criação de mais postos de trabalho”, vincou, acrescentando que o próprio vai passar a enviar e-mail e telefonemas para garantir que, ao contrário do que tem acontecido, haja resposta por parte do município.