Uso de telemóvel proibido nas escolas do 1.º ciclo de Almeirim
Agrupamentos de Escolas de Almeirim vão proibir o uso de telemóveis nas escolas primárias no próximo ano lectivo, seguindo uma recomendação do Conselho Municipal de Educação.
Os Agrupamentos de Escolas de Almeirim vão proibir o uso de telemóveis nas escolas do 1.º ciclo no próximo ano lectivo, de acordo com uma recomendação do Conselho Municipal de Educação cujos directores votaram favoravelmente. O presidente da Câmara Municipal de Almeirim, Pedro Ribeiro (PS), disse à Lusa que a recomendação vai no sentido de proibir a entrada de telemóveis dos alunos nas escolas do 1.º ciclo.
“Não podem levar, ponto!”, declarou o autarca, sublinhando que, nos casos em que os pais não podem levar os filhos à escola, a autarquia vai buscar e levar a casa os que moram a mais de três quilómetros do estabelecimento de ensino, pelo que não necessitam desse meio de comunicação. No 2.º e no 3.º ciclo a recomendação aprovada é a de que os alunos não levem telemóvel para a escola, sem proibição explícita, tendo em conta que muitos alunos vão de transportes públicos, pelo que “é razoável que possam ter telefone na ida e vinda”. Contudo, ao chegarem à escola, os telemóveis serão colocados numa caixa e guardados num cacifo, sendo devolvidos no final das aulas.
A recomendação para o secundário “é mais suave”, ficando os aparelhos numa bolsa na sala de aula, podendo os alunos levar o telemóvel para os intervalos, adiantou. As regras não se aplicam a alunos com casos de saúde comprovados que exijam o uso do telemóvel, como o recurso à aplicação para diabéticos, ou quando os professores o permitam “por motivos educacionais”.
Pedro Ribeiro justifica a recomendação com os vários estudos que demonstram os “malefícios” do uso excessivo do telemóvel, como criação de dependência, falta de atenção e de socialização, diminuição do QI (Quociente de Inteligência). “Há aqui uma geração, a continuar assim, que o seu QI vai ser inferior ao da geração anterior, coisa impensável há uma dúzia de anos”, disse, apontando, ainda, o aumento das taxas de suicídio, devido a ‘bullying’ e ‘ciberbullying’ ou a “fotos de vidas fantásticas no Instagram”, que comparam com as suas, achando que “não têm nada”.
Na reunião foi decidido realizar uma campanha de sensibilização junto de alunos e de pais, já que alguns encarregados de educação “não ajudam nada” e até fomentam o uso inadequado dos telemóveis pelas crianças, acrescentou.