“Podem chamar-me cachopa ou miúda à vontade, mas mentirosa não”
Adriana Madeira foi eleita presidente da Junta de Freguesia de Abitureiras (Santarém) aos 26 anos. Já era mãe, tinha experiência de trabalho e de dirigente associativa. Uma conversa, que também é um olhar sobre as novas gerações, a pretexto do Dia Internacional da Juventude, que se assinala a 12 de Agosto.
Já era mãe e tinha experiência de trabalho e de dirigente associativa. Reconhece que subsiste uma má imagem generalizada dos políticos mas sublinha que não são todos iguais e não admite que lhe chamem mentirosa. Diz que os jovens de hoje são demasiado mimados e consumistas, muito por culpa dos pais, e exorta-os a não deixarem morrer as colectividades e as tradições. Uma conversa que é também um olhar sobre as novas gerações a pretexto do Dia Internacional da Juventude, que se assinala a 12 de Agosto.
Adriana Madeira, 28 anos, não é propriamente o protótipo da juventude portuguesa do século XXI. Deixou os estudos no 12º ano para ir trabalhar, pagou a carta de condução e o primeiro automóvel com o seu dinheiro, foi presidente de uma colectividade aos 19 anos e mãe aos 23 anos, foi eleita presidente da Junta de Freguesia de Abitureiras aos 26 anos e afirma-se como uma rapariga do campo, avessa ao bulício da cidade.
Vive na sua terra natal, Abitureiras, com o marido e o filho e está como presidente da junta a tempo inteiro, depois de ter trabalhado durante alguns anos como administrativa. É militante do PSD desde os 18 anos por influências familiares e não tanto por gostar de política. Foi o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, quem a convidou, em 2021, para ser a candidata do PSD a presidente da Junta de Freguesia de Abitureiras, até então gerida pelo PS. Primeiro disse que não, por ter um filho pequeno, por estar a preparar o seu casamento no ano seguinte e por achar que uma população maioritariamente envelhecida não ia eleger uma “miúda”. Mas pensou melhor e acabou por alinhar na ideia porque gosta de desafios e porque, lá no fundo, estava convencida que não iria destronar o então presidente socialista.