O homem da motorizada que continua a receber multas insólitas
Depois de em Março ter recebido uma carta para pagar uma multa de 120 euros por circular em excesso de velocidade com a sua motorizada que não sai da garagem há mais de dois anos, Fernando Duarte recebeu uma multa de 50 euros por não poder entrar na Área Metropolitana de Lisboa, no período de confinamento da pandemia, em 2021.
O morador em Salvaterra de Magos não chegou a passar do Porto Alto, mas pagou a multa para evitar mais chatices.
Fernando Duarte, residente em Salvaterra de Magos, tem sido alvo de situações caricatas que envolvem multas. Em Março deste ano recebeu uma carta para pagar uma multa de 120 euros por circular em excesso de velocidade, a 164km/hora, na auto-estrada A1 com a sua motorizada que não sai da garagem há mais de dois anos. A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária reconheceu o erro e arquivou o processo depois de O MIRANTE ter contactado a entidade para pedir esclarecimentos.
Agora recebeu uma multa de 50 euros por, segundo os militares da GNR, não poder circular na Área Metropolitana de Lisboa (AML). O caso remonta a 2021 durante a pandemia. Fernando Duarte aceitou o convite de um amigo para lhe fazer companhia durante uma viagem de trabalho. Saíram de casa de automóvel e dirigiram-se ao Carregado, concelho de Alenquer, onde estava o camião de serviço do amigo de Fernando Duarte, que ia no lugar do passageiro.
À chegada ao Porto Alto, concelho de Benavente, foram mandados parar por uma brigada da GNR que pediu os documentos a ambos e disse a Fernando Duarte que não poderia entrar na Área Metropolitana de Lisboa (AML) por não estar vacinado contra a Covid-19. “O militar pediu-me os documentos para tirar os meus dados e passar-me a multa mas só me apercebi do que era quando a recebi em casa já este ano”, conta a O MIRANTE.
O mais caricato é que Fernando Duarte teve de ficar no Porto Alto enquanto o amigo se dirigiu ao local de trabalho, não entrando no território da AML. Aguardou e quando esse amigo regressou entrou no camião e foram até ao Alentejo fazer as entregas das encomendas. “Não posso entrar na Área Metropolitana de Lisboa mas posso percorrer o resto do país que já não faz mal... É uma situação que não faz qualquer sentido”, afirma. Fernando Duarte pagou a multa para não ter chatices mas defende ter sido alvo de uma injustiça.
Multado por circular de motorizada na A1 a 164km/hora
Da mesma forma que considera uma injustiça ter recebido uma multa de 120 euros por circular em excesso de velocidade com a sua motorizada, uma velhinha Sachs, que não sai da garagem há mais de dois anos. Na carta que recebeu vem a foto da matrícula a informar que a motorizada foi apanhada pelo radar a circular na A1, no dia 23 de Julho de 2022, pelas 23h23, a 164km/h.
“Sei que é um engano porque a fotografia que vem na carta é de um carro e depois em baixo diz que é da classe dos ciclomotores. Onde as autoridades viram um oito é na realidade um zero. Todos erramos mas é preciso cuidado com estas situações porque tinha um prazo de 48 horas para contestar a multa e não sabia onde me dirigir. Tive que me deslocar à polícia em Vila Franca de Xira para preencher os papéis para contestar a multa. Estas coisas custam dinheiro e se não reclamasse eram pontos na carta que me iriam retirar”, lamenta Fernando Duarte, de 59 anos, a O MIRANTE.
Fernando Duarte diz que quis tornar pública esta situação para que as pessoas, sobretudo as mais idosas, tenham cuidado e não paguem multas sem terem a certeza que a matrícula está correcta. O MIRANTE contactou, na altura, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), através de e-mail, que respondeu referindo que “existiu um lapso na recolha da matrícula, a qual não corresponde ao veículo fiscalizado em excesso de velocidade”.