Prisão domiciliária para suspeito do fogo posto em Ourém
Suspeito de 32 anos vai ficar em prisão domiciliária a aguardar julgamento. Entidades estimam que incêndio terá destruído cerca de 250 hectares de floresta e colocou em perigo populações. Motivações do suspeito, segundo PJ, são o gosto pelo espectáculo e pelo combate dos bombeiros.
O Tribunal de Santarém decretou a prisão domiciliária para o suspeito de atear um incêndio no concelho de Ourém, no domingo, 5 de Agosto. O homem, de 32 anos, vai aguardar em prisão preventiva a instalação da pulseira electrónica, de acordo com fonte policial. Recorde-se que o suspeito já tinha sido condenado por um incêndio na Caranguejeira, em Leiria, em 2017 e 2018.
Segundo um comunicado divulgado, a Polícia Judiciária (PJ) adianta que o homem foi detido fora de flagrante delito e é suspeito da “autoria de um crime de incêndio florestal, ocorrido domingo, que, segundo estimativa do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, destruiu aproximadamente 250 hectares de floresta e colocou em perigo populações das freguesias situadas a noroeste do concelho de Ourém". O suspeito tem "antecedentes criminais por crimes da mesma natureza, ocorridos na zona da Caranguejeira em 2017 e 2018", tendo sido condenado na altura a uma pena de trabalho comunitário, segundo disse à Lusa fonte da PJ.
A mesma fonte referiu que o homem, trabalhador em "biscates, na área da construção civil", fez uma primeira tentativa para atear o fogo, através de chama directa, por utilização de um isqueiro, mas sem sucesso. Procurou depois um monte de sobrantes, onde conseguiu os seus intentos, "tendo provocado danos de grande dimensão na área arborizada e colocado várias habitações em risco". Fonte da PJ revelou ainda que as motivações do suspeito são "fúteis". "Gosto pelo espectáculo que o evento proporciona e de ver o combate dos bombeiros", acrescentou.
A PJ realça que "tal acontecimento ocorreu em período crítico de incêndios rurais e em que as condições meteorológicas à data potenciavam o risco máximo de incêndio". Desde a comunicação da ocorrência, a Polícia Judiciária explica que, em articulação e estreita colaboração com os destacamentos de Tomar e de Leiria da GNR, procedeu, "de forma incessante, a diligências de recolha de prova que conduziram à identificação do autor e imputação da prática daquele grave crime, que muito alarmou a comunidade e o país". O incêndio deflagrou numa zona de mato e floresta, pelas 17:20 na freguesia de Matas e Cercal, na localidade de Casal Menino, em Ourém.