Sociedade | 13-08-2023 12:00

Bombeiros de Azambuja abrem polémica com vereadora do Chega

Bombeiros de Azambuja abrem polémica com vereadora do Chega
Corporação quer actualização dos valores financeiros transferidos

Associação humanitária manifestou indignação por a vereadora do Chega ter votado contra um apoio financeiro do município aos bombeiros mas rejeita tê-la recebido mal em reunião.

Inês Louro diz que nada foi feito no sentido de prejudicar os bombeiros mas de conseguir um subsídio condigno.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Azambuja (BVA) emitiu um comunicado para responder à vereadora do Chega na Câmara de Azambuja, Inês Louro, que na última reunião do executivo afirmou que foi recebida com “má vontade clara e evidente” numa reunião com a direcção da instituição e na qual também estiveram presentes os vereadores do PSD. A reunião solicitada pelos partidos tinha como objectivo tomar consciência das necessidades financeiras da associação e teve uma imposição de tempo de 30 minutos, definida pela mesma, o que não agradou a Inês Louro.
A direcção dos BVA rejeita que os vereadores do PSD e Chega tenham sido recebidos de má vontade mas admite que “nenhum dos elementos da direcção é isento de sentimentos” e que naquela reunião não esconderam a revolta por terem recebido destes autarcas um “tratamento diferente”. Em causa estava o facto de os três vereadores terem votado, em Janeiro, contra a proposta de actualização dos meios financeiros a transferir pelo município para a instituição e não o terem feito nas propostas destinadas à Cruz Vermelha e Bombeiros de Alcoentre ao ausentarem-se da votação.
“Estavam à nossa frente os responsáveis pelas decisões que lesavam esta associação de forma gravosa, desigual e incompreensível. No entanto, ficámos ao dispor para responder a todas as questões”, lê-se no comunicado dos BVA. A associação explica que o sentido de voto do trio de vereadores levou a que os ordenados dos três operadores da Central Municipal de Operações de Socorro ficassem sem financiamento, já que com o chumbo da proposta o município deixou de transferir essa verba.
A proposta de Janeiro, recorde-se, previa um aumento do apoio para o Grupo de Intervenção Permanente (GIP), de 122.220 euros para 126 mil euros, que os vereadores do PSD e Chega consideravam insuficiente face à subida da inflação e do ordenado mínimo nacional. Na altura, os social-democratas comprometeram-se, antes da votação, a apresentar uma nova proposta que “dignificasse” os operacionais. As reuniões realizadas quer com a direcção dos BVA quer com a Cruz Vermelha e Bombeiros de Alcoentre vieram nesse seguimento.
Foi também nessa reunião que o Chega e o PSD, ao saberem que a vereadora com o pelouro da Protecção Civil mantinha uma relação amorosa com o comandante dos Bombeiros de Azambuja, exigiram que lhe fosse retirado esse pelouro. Posição que mantêm e que voltou a ser tema de discussão na última reunião extraordinária, na qual foram aprovadas novas propostas de actualização dos apoios para a Cruz Vermelha Portuguesa de Aveiras de Cima e para os Bombeiros de Azambuja e de Alcoentre, que no âmbito dos GIP passaram a receber 139.806 euros ao invés de 126 mil euros.

“Nada foi feito no sentido de prejudicar os bombeiros”

Contactada por O MIRANTE, a vereadora do Chega, Inês Louro, que foi durante anos membro dos órgãos sociais dos Bombeiros de Azambuja, opta por não tecer comentários ao comunicado que a menciona no título e ao longo do texto, referindo apenas que “nunca nada foi feito no sentido de prejudicar os bombeiros da associação humanitária, mas por querer condições condignas para os mesmos, o que acabou por se conseguir”. Também o vereador Rui Corça (PSD) tem a convicção de que este aumento de verba foi conseguido porque o PSD e Chega apresentaram novas propostas e não se contentaram com o que o PS apresentou em Janeiro.

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