Mais uma obra em Almeirim que foge ao orçamento
Depois de o quartel da Força Especial de Bombeiros ter tido um custo além do que estava orçamentado, também as obras da Escola EB 2/3 de Fazendas de Almeirim estão a ficar mais caras por causa da oscilação dos preços dos materiais.
Só nestas duas obras a Câmara de Almeirim soma um prejuízo superior a 400 mil euros.
A remodelação da Escola EB 2/3 de Almeirim é a segunda obra no concelho, em pouco tempo, que vai ficar mais cara do que o previsto, devido à revisão de preços. Em causa está um valor de 208.737 euros a acrescentar ao que estava orçamentado de 1.891.016 euros. O valor a mais surge no âmbito do cálculo da primeira revisão de preços extraordinária apresentada pelo empreiteiro, a Ecoedifica, à Câmara de Almeirim, dona da obra. O aumento do valor da empreitada é justificado pela oscilação de preços dos materiais de construção civil.
O presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, não acredita que venham a existir mais custos com a empreitada, uma vez que a obra está na recta final, com cerca de 97% dos trabalhos concluídos. Essencialmente o que contribuiu para o aumento dos custos foi o material perfilado em aço, que segundo o empreiteiro teve uma variação de mais 47,6% no espaço de um ano.
Com as obras do Comando Nacional da Força Especial de Protecção Civil, a Câmara de Almeirim, nos últimos três meses, já tem às costas um valor conjunto de quase 424 mil euros. A autarquia tem estado a tentar que este custo extra ao contratualizado seja custeado pelos fundos comunitários, que financiaram as obras, mas se não sobrar dinheiro dos programas de ajudas europeias, terá de ser o município a assumir a diferença.
Recorde-se que o Comando Nacional da Força Especial de Protecção Civil tinha um custo de 1,7 milhões de euros, que acabou por ter um acréscimo de 215 mil euros, também devido ao aumento dos custos dos materiais. Pedro Ribeiro já se mostrava preocupado, nesta altura, com a instabilidade nos custos da construção, considerando que a situação foi exponenciada pela pandemia de Covid-19 e pela guerra na Ucrânia.
Pedro Ribeiro alerta que as obras com valores além do contratado são um “problema que está a acontecer mais vezes e com valores mais elevados”, alertando que isso provoca uma “desestabilização dos orçamentos e da estabilidade financeira dos municípios”.