Sociedade | 14-08-2023 18:00

Os dois nadadores-salvadores que zelam pela segurança da população de Tomar

Os dois nadadores-salvadores que zelam pela segurança da população de Tomar
Carlos Lopes e André Gaspar são nadadores-salvadores na Piscina Municipal Vasco Jacob em Tomar

Numa altura em que é cada vez mais difícil encontrar pessoas que queiram abraçar a profissão de nadador-salvador, Carlos Lopes e André Gaspar afirmam sentirem-se realizados por zelarem pela segurança e bem-estar da população que utiliza a Piscina Municipal Vasco Jacob em Tomar.

Carlos Lopes e André Gaspar, amigos desde crianças, são os nadadores-salvadores da Piscina Municipal Vasco Jacob em Tomar. Ambos foram influenciados pela família e amigos, mas nenhum se arrepende da escolha caracterizando o sentimento de ajudar o próximo como inexplicável. Trabalham todos os dias da semana pois consideram que é a profissão ideal para os jovens entrarem no mercado de trabalho devido ao bom ambiente e à questão monetária. Entram às 9h50 para preparar o posto de nadador-salvador até à abertura das piscinas ao público pelas 10h00. Consideram o foco e a atenção os factores essenciais no exercício da sua profissão uma vez que diariamente têm a responsabilidade de vigiar cerca de 250 pessoas, maioritariamente crianças e famílias.
Carlos Lopes, de 19 anos, vive em Tomar e é nadador-salvador a tempo inteiro há um ano dividindo os seus dias entre a Piscina Municipal Vasco Jacob e as piscinas cobertas no Complexo Desportivo Municipal de Tomar. Aprendeu a nadar quando entrou para a natação aos oito anos por influência dos pais e do irmão. Já em criança adorava a praia e os banhos no mar quando ia para a Nazaré com a família. A oportunidade de realizar o curso de nadador-salvador surgiu no Verão de 2022 através da internet. Trabalhou como vigilante na piscina municipal e cerca de um mês depois fez um curso intensivo de três semanas, em Tomar, com treinos bidiários e tridiários. Os dias baseavam-se em estudar a parte teórica (suporte básico de vida, graus de afogamento, queimaduras, entre outros) e treinar para as provas práticas na piscina, como os 25 metros debaixo de água e os 50 metros de natação para salvamento. Para concluir o curso passou nos testes teóricos e na prova de 100 metros na piscina, que considerou difícil uma vez que não praticava natação há muito tempo. Passado cinco dias começou a exercer a profissão nos dois espaços municipais de Tomar. “Não me arrependo nem um bocadinho, a experiência tem sido cinco estrelas”, confessa Carlos Lopes, acrescentando que no primeiro mês estava nervoso com medo de não estar preparado, mas trabalhar com bons companheiros ajudou-o. O salvamento mais grave que realizou, conta a O MIRANTE, foi a uma senhora que se estava a afogar nas piscinas cobertas.
André Gaspar, de 18 anos, residente em Tomar e estudante de TeSP em Contabilidade e Gestão no Instituto Politécnico de Tomar, entrou para a natação aos três anos devido ao aconselhamento por problemas asmáticos. Até aos seis anos confessa que tinha medo da areia, mas sempre gostou de ir à água onde passava muito tempo. Aos oito anos ingressou para as competições regionais de natação por influência do seu primo. Deixou as competições aos 15 anos, mas continuou a nadar nos tempos livres. Frequentou o Curso Profissional de Técnico de Desporto no secundário, juntamente com o colega Carlos Lopes, e realizou o estágio final de curso nas piscinas cobertas em Tomar como professor de natação, onde conheceu um nadador-salvador de nacionalidade brasileira que o incentivou a tirar o curso e trabalhar durante os verões de Portugal e Brasil passando seis meses em cada país. A sua mãe não gostou da ideia e, por isso, por enquanto André Gaspar mantém-se em Tomar. Frequentou o curso de nadador-salvador em Abrantes, em Maio deste ano, durante um mês e uma semana. O exame final foi a 26 de Junho e começou logo a trabalhar no dia 1 de Julho. Só esteve nervoso no primeiro dia porque estava a vigiar sozinho, confessa. O que mais gosta na sua profissão é a interacção com as pessoas, especialmente as crianças, vinca.
No futuro não tencionam seguir a profissão porque afirmam não ter a estabilidade suficiente para os seus objectivos de vida. Carlos Lopes pensa na possibilidade de entrar para a GNR ou PSP, inspirado pelo irmão que sempre sonhou com o mesmo, enquanto André Gaspar pensa em trabalhar em gestão hoteleira em Portugal ou nos Estados Unidos da América.

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