Sociedade | 16-08-2023 07:00

Projecto Bata Branca em andamento para atenuar falta de médicos de família em Torres Novas

Misericórdia de Torres Novas já está à procura de médicos que queiram integrar o projecto que vai contar com a comparticipação financeira da câmara municipal.

A implementação do “Bata Branca”, projecto que visa facilitar a contratação de médicos e assim assegurar aos utentes melhor acesso aos cuidados de saúde primários, está em marcha em Torres Novas, concelho onde é sentida a falta de médicos de Medicina Geral e Familiar nas extensões e centros de saúde. Segundo o presidente do município, a Misericórdia de Torres Novas aceitou o repto e já está a convidar médicos para fazerem parte deste projecto que vai ser financiado pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e pelo município.
“Neste momento, o provedor informou que o processo burocrático está em curso e que fará chegar à câmara a documentação precisa para avançar”, disse Pedro Ferreira na última reunião do executivo camarário em resposta ao presidente da Junta de Assentis, Leonel Santos, que interveio para, entre outros assuntos, pedir um ponto de situação acerca da implementação do projecto. A freguesia de Assentis, recorde-se, é uma das mais carenciadas de médicos naquele concelho.
O presidente do município revelou ainda que a Misericórdia do Entroncamento, no concelho vizinho, foi a primeira a mostrar-se disponível para implementar o Bata Branca, mas que o próprio entendeu que devia ser contactada a Misericórdia de Torres Novas que acabou por também se mostrar interessada. A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) já deu aval para que se possa avançar. Para que o projecto possa ser implementado, além da contratação de médicos, terão que ser estabelecidos protocolos entre a União das Misericórdias e a ARS, entre a União das Misericórdias e a Misericórdia de Torres Novas e entre esta última e a câmara municipal. Esta medida, recorde-se, permite contratar médicos a um preço/hora superior ao que é pago no SNS.
Em Julho último, o vice-presidente da UMP, Manuel Caldas de Almeida, disse à Lusa que o Bata Branca não tem qualquer interesse financeiro para as Misericórdias e que o valor que a ARS paga mal dá para as despesas e varia muito entre os concelhos onde é implementado. Por isso, acrescentou, se não houvesse participação das autarquias tornar-se-ia difícil gerir a iniciativa. “As autarquias estão cada vez mais interessadas em ajudar a população que não tem médico de família”, vincou.

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