Torres Novas aposta na poupança de água em edifícios públicos
Mais de duas dezenas de edifícios públicos de Torres Novas foram objecto de uma auditoria externa para se descobrir onde se podia poupar água. Agora, o município prepara-se para implementar as medidas propostas que vão permitir reduzir o consumo.
A Câmara de Torres Novas realizou, através de uma empresa externa, 22 auditorias a edifícios públicos com o objectivo de identificar medidas para poupar no consumo de água e assim fazer uma gestão adequada dos recursos hídricos. Identificados os problemas, a autarquia está agora a dar os primeiros passos para implementar as medidas que vão desde a aplicação de redutores de caudal nas torneiras dos edifícios à troca de autoclismos para outros com descargas que poupam água.
“Insere-se num conjunto de acções que estamos a fazer para a redução de consumos e diminuição dos impactos, ainda que não estando directamemte envolvidas com a medida do Plano Municipal de Acção Climática”, disse a O MIRANTE o vereador com o pelouro do Ambiente, João Trindade. Os edifícios auditados foram o Convento do Carmo, as piscinas municipais, a Biblioteca Gustavo Pinto Lopes, o antigo edifício dos paços do concelho, o Museu Carlos Reis, posto de turismo, mercado municipal, Palácio dos Desportos, Teatro Virgínia, Edifício Alvarenga, Central do Caldeirão, campos de ténis, Pavilhão Desportivo de Riachos, espaços verdes, estádio municipal e várias escolas e centros escolares do concelho.
Há casos em que a redução mensal do consumo ultrapassa os 30% como é o caso do posto de turismo (39%), do mercado municipal (37,5%) e da Biblioteca Gustavo Pinto Lopes (30,9%). Apenas com a aplicação de um economizador/redutor “visualmente não vemos que a quantidade de água diminuiu mas fazendo a medição ao minuto vemos alterações de cinco a seis litros por minuto para dois litros por minuto, o que é uma redução muito grande”, exemplifica o vereador.
O município terá agora que fazer um investimento na substituição dos equipamentos não estando para já calculado o montante que terá que despender para implementar as medidas propostas. “Há situações em que temos retorno em poucos meses e há poucos investimentos que façamos na vida que tenham meio ano como tempo de retorno”, evidencia João Trindade, acrescentando que o município já está a “consultar empresas para fornecimento dos materiais necessários” às alterações.
Também em termos de redução de emissões de CO2, o valor obtido é “muito relevante” (cerca de 3.894,9 kg/ano), sendo de salientar que, neste cálculo, a empresa responsável pela auditoria apenas “considerou a componente relativa à água fria” (rede pública), dado que o consumo de água quente não era significativo ou não existia nos edifícios auditados. O relatório refere que a implementação das medidas se traduz “numa economia potencial superior a 13.976 euros por ano”.