População de Areolas não tem zona de fuga em caso de incêndio
A população de Areolas, localidade com cerca de meia centena de habitantes, tem receio que ocorra um incêndio e não tenha fuga possível, uma vez que o lugar da freguesia do Pinheiro Grande só tem um acesso. Falta de pressão de água torna boca de incêndio inutilizável.
A falta de uma zona de fuga em caso de incêndio tem inquietado e gerado muita preocupação na mais de meia centena de pessoas que vive nas Areolas, um lugar da freguesia do Pinheiro Grande, no concelho da Chamusca. O acesso para a localidade faz-se pela Estrada Nacional (EN) 118, mas como não há uma saída os habitantes correm o risco de ficar encurralados no meio de um incêndio. A probabilidade disso acontecer é elevada, uma vez que a zona envolvente à localidade é composta por zona de mato e silvas.
Raul Nunes, um dos moradores mais inconformados, explica a O MIRANTE que existe ainda outro problema relacionado com a boca de incêndio. Como a água não tem pressão suficiente, a utilização da boca de incêndio deixa de ser possível e os riscos tornam-se ainda maiores. “Isto é um verdadeiro caso de protecção civil. Estamos aqui isolados e caso haja um incêndio corremos o risco de ficar aqui e não conseguirmos fugir às chamas”, lamenta.
O assunto também foi debatido na última reunião do executivo municipal da Chamusca, que se realizou na terça-feira, 8 de Agosto, no salão nobre dos edifício dos Paços do Concelho. A vereadora na oposição ao executivo de maioria socialista, Gisela Matias (CDU), questionou o presidente sobre se estão a ser tomadas medidas para assegurar a protecção dos habitantes de Areolas. O presidente Paulo Queimado (PS) concordou que a situação é preocupante e explicou que encontrar uma solução de um dia para o outro não é possível, uma vez que os terrenos para criar um novo acesso são privados. Ainda assim, o autarca disse estar a existir negociações com alguns proprietários para tentar construir um novo acesso na outra extremidade da localidade.
Falta de pressão de água
A falta de pressão de água continua a ser um problema por resolver em Areolas. Raul Nunes continua a lutar para encontrar uma solução e afirma que a situação permanece grave. Há dias, revela, em que a pressão da água não chega sequer para a sua família realizar as tarefas normais, como tomar banho, lavar a loiça, ou regar o jardim. “Acho que vou desistir. Estou cansado de ligar e de escrever para as entidades a pedir para ajudarem a encontrar uma solução. A câmara diz que não é nada com eles, a junta diz que tem enviado emails para a câmara, e a Águas do Ribatejo não atende o telefone nem responde aos emails. Estamos entregues à nossa sorte”, lamenta. Recorde-se que a Águas do Ribatejo é a empresa intermunicipal que gere os sistemas de abastecimento de água e saneamento de sete municípios da Lezíria do Tejo. Raul Nunes também já se deslocou a um posto móvel da DECO (Defesa do Consumidor), na Chamusca, para oficializar uma reclamação, uma vez que já não acredita na competência das entidades responsáveis pelo bem-estar das populações. Para além de Raul Nunes e da sua família, também Floripes Carlos, por causa desta situação, tem de aquecer água numa chaleira para poder tomar um banho quente. Joaquim Pedro vive o mesmo problema.