Sociedade | 20-08-2023 10:00

População de Areolas não tem zona de fuga em caso de incêndio

População de Areolas não tem zona de fuga em caso de incêndio
População das Areolas corre risco de vida em caso de incêndio

A população de Areolas, localidade com cerca de meia centena de habitantes, tem receio que ocorra um incêndio e não tenha fuga possível, uma vez que o lugar da freguesia do Pinheiro Grande só tem um acesso. Falta de pressão de água torna boca de incêndio inutilizável.

A falta de uma zona de fuga em caso de incêndio tem inquietado e gerado muita preocupação na mais de meia centena de pessoas que vive nas Areolas, um lugar da freguesia do Pinheiro Grande, no concelho da Chamusca. O acesso para a localidade faz-se pela Estrada Nacional (EN) 118, mas como não há uma saída os habitantes correm o risco de ficar encurralados no meio de um incêndio. A probabilidade disso acontecer é elevada, uma vez que a zona envolvente à localidade é composta por zona de mato e silvas.
Raul Nunes, um dos moradores mais inconformados, explica a O MIRANTE que existe ainda outro problema relacionado com a boca de incêndio. Como a água não tem pressão suficiente, a utilização da boca de incêndio deixa de ser possível e os riscos tornam-se ainda maiores. “Isto é um verdadeiro caso de protecção civil. Estamos aqui isolados e caso haja um incêndio corremos o risco de ficar aqui e não conseguirmos fugir às chamas”, lamenta.
O assunto também foi debatido na última reunião do executivo municipal da Chamusca, que se realizou na terça-feira, 8 de Agosto, no salão nobre dos edifício dos Paços do Concelho. A vereadora na oposição ao executivo de maioria socialista, Gisela Matias (CDU), questionou o presidente sobre se estão a ser tomadas medidas para assegurar a protecção dos habitantes de Areolas. O presidente Paulo Queimado (PS) concordou que a situação é preocupante e explicou que encontrar uma solução de um dia para o outro não é possível, uma vez que os terrenos para criar um novo acesso são privados. Ainda assim, o autarca disse estar a existir negociações com alguns proprietários para tentar construir um novo acesso na outra extremidade da localidade.
Falta de pressão de água
A falta de pressão de água continua a ser um problema por resolver em Areolas. Raul Nunes continua a lutar para encontrar uma solução e afirma que a situação permanece grave. Há dias, revela, em que a pressão da água não chega sequer para a sua família realizar as tarefas normais, como tomar banho, lavar a loiça, ou regar o jardim. “Acho que vou desistir. Estou cansado de ligar e de escrever para as entidades a pedir para ajudarem a encontrar uma solução. A câmara diz que não é nada com eles, a junta diz que tem enviado emails para a câmara, e a Águas do Ribatejo não atende o telefone nem responde aos emails. Estamos entregues à nossa sorte”, lamenta. Recorde-se que a Águas do Ribatejo é a empresa intermunicipal que gere os sistemas de abastecimento de água e saneamento de sete municípios da Lezíria do Tejo. Raul Nunes também já se deslocou a um posto móvel da DECO (Defesa do Consumidor), na Chamusca, para oficializar uma reclamação, uma vez que já não acredita na competência das entidades responsáveis pelo bem-estar das populações. Para além de Raul Nunes e da sua família, também Floripes Carlos, por causa desta situação, tem de aquecer água numa chaleira para poder tomar um banho quente. Joaquim Pedro vive o mesmo problema.

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