Sociedade | 22-08-2023 21:00

Moradores denunciam lixeira a céu aberto em Alcoentre

Moradores denunciam lixeira a céu aberto em Alcoentre
Moradores queixam-se das constantes descargas de lixo em Casais da Caneira

Zona de mato junto a habitações há muito que está transformada num vazadouro ilegal de lixo, algum contendo amianto.

Moradores têm denunciado o problema e temem pela saúde pública. O presidente do município de Azambuja aponta o dedo a empresas de fora e pede mão pesada para os infractores.

Junto à Rua da Quinta Nova, em Casais da Caneira, na freguesia de Alcontre o cenário repete-se há anos: pela calada da noite há quem se dirija àquela zona de mato para depositar, ilegalmente, electrodomésticos, mobiliário, resíduos de construção e demolição, alguns contendo amianto, e outro tipo de lixo. Os moradores estão revoltados com um crime ambiental que ocorre há demasiado tempo e preocupados com o risco que aquela lixeira a céu aberto pode acarretar para a saúde pública.
Uma das moradoras, que pede para não ser identificada com receio de represálias, conta a O MIRANTE que não raras vezes se apercebe de carrinhas de empresas que não estão sediadas no concelho de Azambuja a fazerem ali as descargas de entulho. A própria, garante, já denunciou o caso por diversas vezes à protecção civil municipal, a Câmara de Azambuja e à Junta de Freguesia de Alcoentre. “Uma vez a protecção civil mandou cá alguém vir limpar mas o pinhal já está novamente cheio de lixo”, lamenta a residente, alertando para a presença de materiais contendo amianto, substância potencialmente cancerígena que se torna mais perigosa quando deteriorada, através da libertação de fibras finas, mais facilmente inaláveis.
O presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, refere-se à deposição ilegal de entulho no concelho como sendo um problema vasto e demasiado recorrente. “Pensamos que grande parte do lixo não é proveniente do concelho, mas de [pessoas e empresas] de fora que, pela calada da noite, chegam aqui e descarregam”, afirma ao nosso jornal. Acrescenta que vai pedir para que seja averiguado o caso aqui divulgado.

Há mais casos no concelho
Para demonstrar a preocupação e dimensão do problema o autarca aproveita para dar conhecimento de outras deposições ilegais de entulho junto a uma linha de água e beira de estrada naquele concelho. “Demos com duas lixeiras a céu aberto com sofás, frigoríficos e outro tipo de monos”, refere o presidente do município que já quando era vereador com o pelouro do Ambiente, no mandato anterior, pedia mais fiscalização por parte das autoridades e mão pesada para os infractores. Um apelo que é lançado novamente: “tem que existir mais fiscalização e os que forem apanhados têm que servir de exemplo. Tem que haver consequências”.
A deposição de resíduos de construção e demolição em local impróprio é punível com coima que varia entre os 20 e os 200 mil euros para particulares e entre os 30 e os 300 mil euros para empresas. Há três anos, na Quinta da Texuga, concelho de Azambuja, a Guarda Nacional Republicana conseguiu identificar um dos infractores que despejava entulho naquele local e multou uma empresa de Benavente por despejar restos de obras em Vila Nova da Rainha.

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