Antiga fábrica em Minde continua a ser depósito de lixo e a manchar a paisagem
Instalações onde funcionou a Alves Raposo Lda. estão ao abandono desde a falência da empresa de curtumes, que retirou a maquinaria mas deixou o complexo industrial pejado de lixo.
Edifício foi adquirido pela Câmara de Alcanena em 2016, por 50 mil euros, mas desde aí continua ao abandono. Projecto que município tem para o local ainda não se concretizou.
As instalações onde em tempos funcionou a fábrica Alves Raposo Lda., em Minde, concelho de Alcanena, estão abandonadas desde a falência da empresa de curtumes. Depois da reportagem de O MIRANTE em 2022, a Câmara de Alcanena, que adquiriu o edifício em 2016, por 50 mil euros, retirou os produtos tóxicos nocivos mas o antigo complexo industrial continua cheio de lixo. O município colocou umas redes de protecção, facilmente transponíveis, e tapou com tijolos a entrada que sem-abrigo e toxicodependentes utilizavam.
Um ano e meio depois O MIRANTE foi ao local e comprovou que o edifício continua ao abandono e pejado de lixo sendo possível saltar a vedação e entrar no edifício. O antigo complexo industrial, com cerca de 14 mil metros quadrados, tem três edifícios em avançado estado de degradação e muito lixo que se tem acumulado ao longo dos anos. Os produtos químicos usados no tratamento das peles, como ácidos, tintas e desengordurantes foram retirados pelo município. No entanto, é possível verificar restos de pele e amontoados de tecido, conta a O MIRANTE quem visitou o local recentemente.
As instalações foram adquiridas pela Câmara de Alcanena durante a presidência da socialista Fernanda Asseiceira, na perspectiva de ali serem desenvolvidos projectos ligados ao desporto ou ao turismo. As instalações continuam ao abandono desde então. Em 2022 o actual presidente do município, Rui Anastácio, referiu a O MIRANTE que o executivo municipal tem em vista um projecto para o local e que “está em fase de negociação”, adiantando, na altura, que “esperava novidades em breve”.
No entanto, o projecto para o local nunca se concretizou. O MIRANTE contactou o vereador Nuno Silva, que detém, entre outros, o pelouro do Ambiente e Energia, que explicou que o projecto ainda não se concretizou mas o município tem convicção de que “na altura certa” a negociação vai acontecer. “Existe a hipótese de cedermos o espaço ou vender. Quando chegar a altura certa se saberá”, afirmou Nuno Dias.