Sistema de sensores nas ilhas ecológicas de VFX com leituras erradas
Equipamento inteligente de 446 mil euros adquirido durante a pandemia pelo município de Vila Franca de Xira afinal funciona mal e teve de ser suspenso durante três meses para reparações.
As quase duas centenas de ilhas ecológicas modernas com sensores que o município de Vila Franca de Xira instalou no concelho nos últimos três anos, que têm como objectivo ajudar a melhorar a recolha e minimizar os casos de lixo acumulado à superfície, funcionam mal e tiveram de receber trabalhos de reparação.
Em causa estão problemas identificados pelo fabricante dos equipamentos (MOBA) nos sensores de volumetria de enchimento das ilhas ecológicas enterradas, que não estavam a transmitir valores fidedignos com a realidade e que por isso obrigaram o consórcio de empresas que venceu o concurso público lançado pela câmara - a MEO e a SOLIM - Equipamentos para Higiene e Limpeza - a pedir três meses de extensão da execução contratual do contrato celebrado com o município visando uma intervenção nos sensores. A proposta foi aprovada em reunião de câmara por unanimidade.
Em Dezembro de 2019, recorde-se, o município tinha celebrado um contrato com o consórcio no valor de 446 mil euros visando a instalação, até ao final de 2021, de novas ilhas ecológicas com sensores, destinadas à deposição de resíduos para reciclagem mas também lixo indiferenciado. O objectivo era dar aos serviços municipais de recolha de lixo leituras em tempo real, através de um software de recolha de dados, de qual as ilhas ecológicas que se encontravam mais cheias e a precisar de uma recolha mais urgente.
Tal como explicou o presidente da câmara à época, Alberto Mesquita, a ideia era agilizar a recolha, permitindo aos serviços ir directamente aos locais onde as ilhas estavam mais cheias ao invés de perder tempo em rotas onde a recolha não era necessária. O projecto foi apresentado publicamente em Castanheira do Ribatejo em Junho de 2020, juntamente com um outro pacote de medidas no valor de 1,3 milhões de euros, incluindo a compra de novas viaturas para recolha de lixo. A ambição do município é até 2024 acabar com os contentores de resíduos à superfície.