Moradores contra encerramento da passagem pedonal em Rossio ao Sul do Tejo
Portão na Rua das Lameiras que permitia o atravessamento pedonal pela linha férrea foi encerrado. Decisão não agrada a quem ali vive porque, é alegado, as alternativas existentes não permitem acesso seguro e facilitado à zona de comércio.
Alguns moradores na Rua das Lameiras, na União de Freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, concelho de Abrantes, estão contra o recente encerramento de uma passagem pedonal que atravessa uma linha de comboio e levava aquela população até à zona do Carvalhal, local onde têm acesso aos serviços. A decisão de fecho do portão ali existente, construído para facilitar o acesso aquando da edificação de um muro de suporte para a linha de comboios e que permitia a travessia, surpreendeu os moradores que são na sua maioria idosos.
“As pessoas são idosas e precisam de ter uma passagem facilitada que permita aceder ao comércio, cafés e restaurantes. Além disso, a falta de segurança aqui não se coloca, nunca houve problema algum porque não transitam composições de comboios. Esta passagem era um direito que nos foi reconhecido, agora estamos isolados”, diz a O MIRANTE José Coutinho que vive naquela rua com a esposa, também idosa, e que tem mobilidade reduzida.
Perto do agora extinto local de acesso existem outras duas formas de atravessar a linha férrea, mas nenhuma serve o propósito nem agrada aos moradores por ficar mais distante e não dar acesso à zona de comércio, além de que, uma delas, trata-se de um túnel estreito onde não existe iluminação. “Não nos sentimos seguros a passar por aqui”, sustenta José Coutinho. O morador diz ainda que na rua das Lameiras, por onde passam diariamente dezenas de veículos pesados de transporte de mercadorias, não existem passeios obrigando os peões a refugiarem-se nas soleiras das portas das habitações se quiserem aceder ao túnel pedonal. O local do portão agora encerrado, pelo seu desnível em relação ao muro de contenção, era outro dos refúgios utilizados pelos moradores aquando da passagem de camiões e chegou a ser “refúgio seguro de pessoas e bens durante as cheias”.
O MIRANTE contactou a Infraestrututas de Portugal para tentar apurar o motivo que levou ao encerramento do portão que permitia a travessia, mas não obteve resposta até à data de fecho desta edição.