Sociedade | 29-08-2023 10:00

Comerciantes e moradores da Chamusca revoltados com obras no centro da vila

Comerciantes e moradores da Chamusca revoltados com obras no centro da vila
Tatiana Lopes e Catarina Jorge são das comerciantes mais indignadas com as obras de requalificação da responsabilidade da Câmara da Chamusca

Os comerciantes e moradores da Rua General Humberto Delgado estão descontentes com as obras de requalificação urbana da responsabilidade da Câmara da Chamusca. Os passeios foram levantados, o pavimento está inclinado e os populares dizem que é quase certo que vão sofrer inundações durante o Inverno.

As obras de requalificação urbana da Chamusca têm dado que falar no último ano. Com o centro da vila voltado do avesso há vários meses alguns moradores e comerciantes queixam-se de que a localidade está a perder a identidade e temem consequências para os seus negócios devido às intervenções. Os trabalhos realizados na Rua General Humberto Delgado, uma das artérias que liga à estrada principal que atravessa a Chamusca de uma ponta a outra, são os que mais polémica têm dado. Os passeios ganharam maior dimensão em comprimento e altura, situação que, na opinião de moradores e comerciantes, vai originar consequências graves. O pavimento está mais inclinado, o que deverá provocar inundações durante o Inverno uma vez que a entrada para os edifícios não tem altura suficiente.
Tatiana Lopes, do Café Pôr do Sol há vários anos, diz que ficou “boquiaberta” quando viu o resultado final das intervenções. “Não percebo nada de obras, mas está na cara que, quando vier a chuva, a água vai escoar para dentro do café”, afirma a O MIRANTE. A empresária sabe que os moradores da rua têm contestado e pedido à câmara para fazer alguma coisa para alterar o cenário, embora não acredite que isso vá contecer. “Eventualmente farão alguma coisa, mas só depois do mal acontecer”, sublinha.
Catarina Jorge, que gere uma empresa de estética na mesma rua, também falou com o nosso jornal para demonstrar a sua revolta com a situação e pela forma como o processo foi conduzido. Tal como com Tatiana Lopes, o encarregado da obra pediu-lhe para encerrar o estabelecimento durante um ou dois dias para os trabalhos decorrerem de forma mais célere. “Achei uma falta de respeito pelo trabalho dos outros. Respondi se me pagavam o dia de trabalho. Como sabia que não o iam fazer mantive a porta aberta”, refere. Catarina Jorge também ficou abismada quando chegou ao trabalho e viu como estava o acesso ao seu gabinete. Afirma que já escreveu para a câmara municipal a demonstrar o seu desagrado e a pedir para fazerem alguma coisa mas, até agora, semanas depois do envio ainda não recebeu qualquer resposta.
Um dos moradores com quem O MIRANTE falou, que acompanhou a conversa com as comerciantes, mas pediu para não ser identificado, refere ainda que as intervenções reduziram em largura a faixa de rodagem na zona de uma curva apertada. “Se a condução nesta rua já era difícil, com menos espaço ainda vai ser mais. É uma situação lamentável porque não vai ser possível passar dois carros ao mesmo tempo”, lamenta.

Tatiana Lopes e Catarina Jorge são das comerciantes mais indignadas com as obras de requalificação da responsabilidade da Câmara da Chamusca

Estado caótico da vila

Tiago Prestes, vereador na oposição ao executivo de maioria socialista, presidido por Paulo Queimado, referiu em sessão camarária que a vila está num “estado caótico” e pediu um esclarecimento sobre a data limite para o fim das obras. Paulo Queimado adiantou que os trabalhos estão previstos terminar no final deste ano. Nas redes sociais várias pessoas têm partilhado algumas das intervenções para criticar o facto do município ter optado por descaracterizar o centro da vila, afirmando, alguns deles, que “já não conhecemos a vila onde nascemos”.

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