Sair de casa dos pais é sonho adiado para muitos jovens
Da Póvoa de Santa Iria a Almeirim O MIRANTE ouviu as experiências e dificuldades de quem quer dar o passo mas só encontra pedras no caminho.
O final da licenciatura em Engenharia Electrotécnica, que frequentou em Leiria, empurrou Jorge Leão de volta para casa dos pais, em Almeirim, há quatro anos. Ao mesmo tempo que voltava a dormir no seu quarto de adolescente estreava-se no mundo do trabalho. Conseguiu um emprego na sua área e começou as poupanças com o objectivo de um dia poder dar aquele que considera ser o derradeiro passo para a vida adulta: ter casa própria. Um objectivo ou, como lhe chama, “uma prioridade” que tem sido adiada pela dificuldade em encontrar uma habitação que se coadune com as suas necessidades e possibilidades financeiras. “Da maneira que está o mercado prefiro esperar a arrendar porque a renda mensal possivelmente sairia ao preço da prestação ao banco. Assim vou poupando até chegar o momento. Não sinto pressão dos meus pais para sair, mas quero sair”, diz a O MIRANTE o jovem de 27 anos, explicando que no seu grupo de amigos - que estão dentro da sua faixa etária - apenas um mora sozinho em casa própria. “Se ao menos tivéssemos mais facilidade em contrair empréstimo bancário com o banco a emprestar os 100 em vez dos 90% já era uma ajuda”, desabafa.