Sociedade | 03-09-2023 15:00

Inês Custódio: trabalhar como actriz não basta para viver

Inês Custódio: trabalhar como actriz não basta para viver
Inês Custódio é actriz e já participou em diversos projectos de televisão e cinema incluindo uma novela na TVI

Inês Custódio, actriz de 24 anos, considera que a área da representação é instável e que todos os artistas que estejam a começar devem ter um plano B para precaver o futuro.

Inês Custódio, actriz de 24 anos, considera que a área da representação é instável e que todos os artistas que estejam a começar devem ter um plano B para precaver o futuro. O grande projecto onde participou, uma novela da TVI, levou-a a reflectir e a querer tirar formação, que considera imprescindível para melhorar aspectos como a dicção e a postura em palco. Frequentou workshops e formação artística com Patrícia Vasconcelos, Filipe La Féria, Elsa Valentim, Nuno Nunes, Sofia de Portugal, Inês Nogueira e Pedro Carraca. Recentemente concluiu o Curso Profissional de Actores com duração de três anos.
A O MIRANTE afirma ter preferência pelo teatro e cinema, tendo participado no filme Irregular, de Diogo Morgado, mas não descarta uma oportunidade na televisão, onde compreende que contratem actrizes em função do número de seguidores nas redes sociais. “Compreendo que o número de seguidores influencie, Portugal não tem um financiamento significativo para a cultura e as produtoras ficam a pensar nas audiências”. Quanto à diversidade, acredita que a indústria está a trilhar o caminho da inclusão e, inclusive, contracenou com um colega surdo em A Teia, em 2018. “Dentro do possível podemos manifestar-nos para que não haja qualquer tipo de discriminação no processo de selecção dos actores, para que sejam escolhidos pela experiência, talento e mérito e não por outro tipo de critério”, defende.
A jovem actriz recorda, entre risos, os verões e natais passados a fazer teatro para a família e revela que obrigava as irmãs gémeas, que não sabiam ler nem escrever, a decorar falas. Começou a fazer teatro com a Área de Serviço e aos nove anos já estava inscrita numa agência e fazia publicidade. Aos fins-de-semana regressa às origens para visitar a família e tenta acompanhar a programação do Centro Cultural do Cartaxo. A Área de Serviço está em pausa, mas planeia voltar, segundo comunicado deixado nas redes sociais em Abril deste ano: “há 11 anos nascia uma associação cultural com um projecto artístico diferente para o Cartaxo. A Área de Serviço orgulha-se de em 10 anos ter conquistado um lugar de destaque tanto a nível local como nacional. Durante 10 anos não parámos, até durante a pandemia continuámos a procurar maneiras para avançar. Hoje o panorama cultural parece diferente, acreditamos sempre no futuro e Abril é um mês de esperança. Esperamos estar aqui para o ano a celebrar os 12 anos com actividade e com o espírito que sempre nos marcou!”.
Em Maio do ano passado, no 10º aniversário, a Área de Serviço apostou num dos maiores clássicos do teatro britânico com o apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes), numa encenação de Frederico Corado com o regresso ao palco do actor Joel Branco ao lado de Inês Custódio, Vânia Calado, João Vítor e Gabriel Silva. A peça “Dá Raiva Olhar para Trás”, de John Osborne, conquistou o público que pediu datas-extra. Inês Custódio afirma que o público do Cartaxo é um público fixo que “vai e aplaude”, mas ambiciona chegar às camadas mais jovens. “Já vamos tantas vezes jantar fora e beber um copo, podemos sugerir uma peça de teatro. Começar com peças mais leves e cómicas e depois vamos para o mundo dos dramas e clássicos”, sugere.

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