População de Assentis juntou-se para exigir médico de família no centro de saúde local
Cerca de uma centena de utentes da freguesia de Assentis juntaram-se numa vigília na quarta-feira, 23 de Agosto, para reafirmarem a necessidade da colocação urgente de um médico de família na freguesia.
Mais de uma centena de utentes da freguesia de Assentis, no concelho de Torres Novas, juntou-se numa vigília para demonstrar a necessidade da colocação urgente de um médico na extensão de saúde local. A iniciativa decorreu na quarta-feira, 23 de Agosto, e foi organizada pela Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT). A vigília teve como objectivo alertar e pressionar as entidades responsáveis para destacar um médico para a Extensão de Saúde de Assentis prestando um serviço de qualidade e proximidade a uma população maioritariamente idosa, assim como combater a desertificação das aldeias. O problema da falta de médico de família na freguesia, que conta com cerca de 2.500 habitantes, tem vindo a persistir desde 2022.
A CUSMT recebeu na noite anterior à vigília uma carta a informar que até 1 de Outubro vai ser colocado um médico na extensão no âmbito do projecto “Bata Branca”. No entanto, a CUSMT não tem informação de que já exista algum médico definido. Manuel José Soares, porta-voz da CUSMT, e o presidente da Junta de Freguesia da Assentis, Leonel Santos, consideram que, caso aconteça, seja uma solução provisória insistindo na necessidade de um médico permanente. A falta de transporte público eficiente entre Assentis e Torres Novas também agrava a situação tornando o acesso aos cuidados de saúde ainda mais difícil para muitos moradores da freguesia de Assentis, notou Manuel Soares.
O vice-presidente da autarquia, Luís Silva, confirmou a sua presença na vigília, mas não compareceu. O autarca disse à Lusa que está a decorrer a fase de candidaturas a um programa de incentivos fiscais e financeiros de âmbito municipal para atrair e fixar médicos, assim como está a ser ultimado um protocolo com a União de Misericórdias Portuguesas para implementação do projecto “Bata Branca”. Acrescentou ainda que “pela nossa parte estamos a tentar encontrar as soluções possíveis, mas, se não houver médicos a concorrer não há forma de ultrapassar isto”.
População é quem mais sofre
Manuela Costa, 66 anos, e Maria do Céu Pereira, 77 anos, residem em Fungalvaz, localidade que ficou recentemente sem extensão de saúde. Foram transferidos para a extensão de saúde de Assentiz e expressaram a O MIRANTE o seu descontentamento, destacando as dificuldades em termos de acesso a cuidados de saúde adequados. Além da acessibilidade ser um obstáculo demonstram preocupação caso surja um problema de saúde mais grave devido às longas horas de espera nos hospitais públicos e à falta de vagas para consultas no centro de saúde de Torres Novas. Maria do Céu Pereira confessa que tem exames prescritos pela médica anterior desde Março e não tem médico que os analise. A CUSMT anunciou uma reunião com a população de Fungalvaz, numa data a anunciar, e “vigílias por colocação de médico” junto às Extensões de Saúde de Atalaia (Vila Nova da Barquinha), a 11 de Setembro, e Carrazede (freguesia de Paialvo, concelho de Tomar), a 15 de Setembro.