Sociedade | 05-09-2023 10:46

Idosos sentem a solidão e têm medo do sofrimento antes da morte

Idosos sentem a solidão e têm medo do sofrimento antes da morte

Os idosos não gostam da solidão mas não têm medo da morte. O que os assusta é o sofrimento que pode acontecer com a degradação do corpo. Uma entrevista com a psicóloga clínica e neuropsicóloga Marta Silva, a propósito do Dia Nacional do Psicólogo que se assinala a 4 de Setembro.

Os problemas das pessoas mais velhas são a solidão, o medo do sofrimento e do processo de degradação física, com perda de capacidades. “É isso que mais as assusta. Quando são o apoio dos familiares ficam preocupados como é que a família vai ficar quando já não estiverem cá. E também há o exemplo contrário, que é sentirem que já não estão cá a fazer nada e sentem-se um fardo para a família. Muitos não têm medo da morte mas sim do sofrimento que podem causar”, explica Marta Silva, acrescentando que quando se reformam há a probabilidade de existir uma depressão porque deixam de ser activos de um dia para o outro após uma vida sempre a correr.

A maioria dos problemas dos adultos que procuram Marta Silva é sobre relacionamentos amorosos. Também existem pacientes com depressão, perturbação obsessiva compulsiva ou ataques de pânico. A psicóloga refere que após a pandemia continuam a surgir dificuldades de relacionamentos sociais ou interacções amorosas feitas pessoalmente. “As interacções foram mudando durante a pandemia, o relacionamento passou a ser mais virtual e algumas pessoas desaprenderam a interagir cara a cara. Se somarmos a isto pessoas já com dificuldades do ponto de vista relacional e com baixa auto-estima há que voltar ao processo anterior à pandemia, mas nem sempre é fácil”, sublinha a psicóloga.

Tomar ansiolíticos e antidepressivos durante muitos anos seguidos pode levar a situações demência e a processos de degradação cognitiva. O alerta é de Marta Silva, psicóloga clínica e neuropsicóloga, há cinco anos, que trabalha em Unidade de Cuidados Continuados e dá consultas em Almeirim. “Os fármacos podem ser úteis em fases agudas mas não temos que tomar medicamentos durante anos porque a medicação torna-se desadequada ao longo do tempo, o que geralmente leva a processos de degradação cognitiva. É um problema sério que deve ser combatido”, refere a psicóloga, acrescentando que os fármacos camuflam o sintoma mas não estão a resolver o problema que tem que ser trabalhado desde a sua origem.

* ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO SEMANAL DE O MIRANTE.

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