Sociedade | 13-09-2023 12:00

Vigília silenciosa dos Bombeiros de Azambuja contra os políticos do concelhos

Vigília silenciosa dos Bombeiros de Azambuja contra os políticos do concelhos
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Bombeiros de Azambuja acusam oposição na câmara municipal de estar a travar apoio financeiro para compra de veículo de desencarceramento

Corpo de bombeiros acusa a oposição na Câmara de Azambuja de estar a travar o apoio financeiro para a compra de um veículo de desencarceramento e tem realizado várias vigílias silenciosas apoiadas por populares. PSD e Chega não concordam com o modelo de proposta dos socialistas e vão apresentar uma nova.

O corpo activo dos Bombeiros de Azambuja deu início, na noite de 31 de Agosto, na Praça do Município, em Azambuja, à primeira de várias vigílias silenciosas para expressar o seu desagrado contra o que considera ser “um tratamento desigual” na análise de uma proposta camarária que visava a atribuição de um apoio financeiro no valor de 250 mil euros, pagos a 15 anos, para a aquisição de um veículo de desencarceramento para aquela corporação.
A proposta em causa, apreciada na última reunião do executivo camarário, acabou por não ser votada por falta de quórum, depois dos vereadores do PSD (2) e da vereadora do Chega terem abandonado a mesa, ficando apenas o presidente do município (PS) e a vereadora da CDU. O vice-presidente, António Matos (PS), e a vereadora que tem o pelouro da Protecção Civil, Ana Coelho (PS), recorde-se, estão impedidos de votar - no primeiro caso por pertencer aos órgãos sociais daquela associação e no segundo por viver em união de facto com o comandante dos bombeiros.
Segundo o comandante dos Bombeiros de Azambuja, Ricardo Correia, a decisão da realização das vigílias, que após a primeira passaram a decorrer aos domingos, no fim da missa, até à próxima votação em reunião de câmara da proposta, foi tomada após uma reunião do corpo activo. Ficou também decidido colocar a bandeira da associação a meia haste, pôr faixas pretas nos veículos e fazer circular um abaixo-assinado, “que será entregue aos vereadores do PSD e do Chega”, onde apelam ao voto favorável ou no mínimo a uma abstenção para que a proposta dos socialistas seja aprovada. Os bombeiros defendem “igual tratamento, em particular dos vereadores do PSD que em 2018 votaram favoravelmente uma proposta” semelhante para apoiar os Bombeiros de Alcoentre na compra de uma viatura.

PSD e Chega consideram que proposta está ferida de ilegalidade
O PSD e o Chega já tinham anunciado em reuniões anteriores que votariam contra, ou não votariam, propostas para apoios financeiros que obrigassem as instituições a ter que contrair empréstimos bancários com o município a comprometer-se a suportar o valor das prestações até ao montante do apoio aprovado. Foi o caso da proposta de apoio à construção das novas instalações da delegação de Aveiras de Cima da Cruz Vermelha, no valor de 350 mil euros, com o município a comprometer-se a pagar o montante em prestações semestrais, através de subsídio, durante 15 anos, que foi aprovada com os votos favoráveis do PS e CDU e os votos contra do PSD e Chega.
“É ilegal por variadas razões e além de ilegal é imoral comprometer os futuros executivos financeiramente”, disse a vereadora do Chega. Inês Louro vinca que não é contra o apoio financeiro, mas que não concorda com o método. Também o PSD afirmou que quer apoiar os bombeiros na compra do veículo. “Não estamos contra o objecto da proposta, o que discordamos é da forma como é feita, porque é um presente envenenado para os bombeiros. É uma violação da lei”, disse o social-democrata Rui Corça. O vereador da oposição adiantou que o PSD vai apresentar uma proposta para a atribuição de apoio para aquisição do veículo de desencarceramento, também subscrita pelo Chega, que deve ser apreciada na reunião camarária de 12 de Setembro, tal como a que já foi apresentada pelo PS.
A proposta do PSD obriga a que a verba de 250 mil euros seja incluída no Plano Plurianual de Investimento para 2024 e que sejam cumpridas as regras previstas no código dos contratos públicos, o que pode deitar por terra a proposta uma vez que, na primeira vigília, o comandante dos bombeiros fez saber que o veículo de desencarceramento já foi encomendado e vai chegar no próximo ano. Terá o custo, adiantou, de 450 mil euros mais IVA (inicialmente a AHBV falou em 300 mil euros) e caso o município não apoie a sua compra a associação vai ter “muitas dificuldades em pagar” o empréstimo.
Questionado pelo nosso jornal na noite da vigília, o presidente do município, Silvino Lúcio (PS) disse que para resolver este impasse iria “repetir” o que já foi feito anteriormente, ou seja, substituir os vereadores socialistas que estão impedidos de votar propostas que impliquem os Bombeiros de Azambuja, descartando assim, aparentemente, outro modelo de proposta. Também presente na vigília, o presidente da AHBVA, Manuel Marques, disse acompanhar a decisão dos bombeiros esperando que o apoio chegue com celeridade e de forma pacífica.

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