Vítor Serrão defende candidatura de Fátima a Património da Humanidade
Historiador de arte com raízes familiares em Santarém considera que a qualidade do conjunto monumental e artístico existente no Santuário de Fátima é digna de ganhar lugar de destaque no património da humanidade.
O historiador de arte Vítor Serrão defendeu a candidatura do Santuário a Património da Humanidade da UNESCO, pela qualidade do conjunto monumental e artístico ali existente. Na apresentação do livro “Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia”, da autoria de Marco Daniel Duarte, Vítor Serrão considerou o Santuário de Fátima “uma obra de arte digna de ganhar lugar de destaque no património da humanidade”, sugerindo a proposta à UNESCO.
“É um conjunto que concorre, por todos os valores estéticos, espirituais, hierofânicos e artísticos, para uma candidatura a Património da Humanidade que o é, de direito pleno”, pelos “vários contributos da melhor mão-de-obra artística do país e também de alguns artistas estrangeiros”. Nesse conjunto figuram nomes como António Teixeira Lopes, Irene Vilar, Lagoa Henriques, Zulmiro de Carvalho, Clara Menéres, José Aurélio, Marko Rupnik, Jorge Barradas, Eduardo Nery, Pedro Calapez, Catherine Greene, Robert Schad, Fernanda Fragateiro, entre outros, num “elenco de artistas do melhor escol”, destacou Vítor Serrão.
O professor catedrático emérito da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, filho do historiador Joaquim Veríssimo Serrão, disse encontrar em Fátima uma inesperada unidade. “Para mim, foi uma completa novidade: descobri que aquilo que eu achava que era uma manta de retalhos, de objectos de maior ou menor qualidade, que me apaixonavam mais ou menos, ganham em conjunto uma unidade que é indesmentível”.
A revelação surgiu através da tese que deu origem à obra lançada no dia 13 de Setembro, na base do doutoramento de Marco Daniel Duarte, actual diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima e responsável também pelo Museu do Santuário. Vítor Serrão, que integrou o júri da prova de doutoramento de Daniel Duarte, classificou a publicação agora lançada em Fátima “uma obra monumental”, que “conta, como nunca foi contado, a história artística de Fátima”.
O historiador de arte com raízes familiares em Santarém considerou que “a qualidade da arquitectura, da pintura, da escultura, dos vitrais, do mobiliário litúrgico e da demais arte” torna Fátima “mais do que um mero lugar de culto e de hierofanias e de grandes movimentos peregrinatórios”. Em Fátima, encontra-se “um capítulo de grande destaque da arte em Portugal. E quando falo em Portugal, falo efectivamente numa escala mundial”. Por isso, a elevação a Património da Humanidade “tem pés para andar”.