Sociedade | 18-09-2023 07:00

Feira de Antiguidades do Entroncamento precisa de promoção

Feira de Antiguidades do Entroncamento precisa de promoção
José e Maria Marques. Alice Sereno

A habitual Feira de Velharias e Antiguidades do Entroncamento desperta cada vez menos o interesse da população e são poucos os comerciantes que arriscam perder o dia para voltarem para casa de mãos a abanar.

A Feira de Velharias e Antiguidades do Entroncamento reúne cada vez menos comerciantes devido à fraca adesão que tem tido por parte da população. Na manhã de domingo, 10 de Setembro, estavam na feira apenas cinco vendedores e durante o tempo em que o repórter de O MIRANTE esteve no local, cerca de uma hora, não apareceu nenhum cliente. A feira realiza-se na Rua Luís Falcão de Sommer, com espaços de venda improvisados. Dos artigos para venda destacam-se peças de roupa, bijuterias, livros antigos e objectos de decoração.
Maria e José Marques têm ambos 74 anos e residem em Tomar. Lamentam que a fraca publicidade que o município faz da feira seja uma das principais razões para a fraca adesão da população. “Acredito que a maior parte das pessoas não se lembra que esta feira existe”, refere José Marques. O casal tem disponível na sua banca, sobretudo, livros antigos de autores como Eça de Queiróz e Almeida Garret que, segundo José Marques, são os que ainda se vão vendendo. Começaram a comercializar em feiras de antiguidades há cerca de 12 anos influenciados por uma amiga que já era comerciante. Foram motivados, principalmente, pela necessidade de realizarem um rendimento extra, devido às suas baixas reformas. “No meu caso, que sou ex-combatente, muitas vezes esquecem-se de nós e as condições que temos são muito precárias. Não é por acaso que costumo encontrar muitos ex-combatentes a vender nestas feiras. A isso, juntou-se a necessidade de vender alguns livros antigos que tinha por casa, que não são fáceis de encontrar em qualquer lado”, explicou, acrescentando: “há 12 anos, quando comecei a vender aqui, a feira era em frente ao Pingo Doce, costumava encher-se de comerciantes e havia muito mais movimento. Acabamos por nos concentrar todos nesta rua e ninguém vai para a Praça Salgueiro Maia porque não se justifica, aqui ainda vai passando alguém”, explica José Marques.
Alice Sereno, de 74 anos, também residente de Tomar, foi outra das comerciantes com quem O MIRANTE conversou. Conta que começou a comercializar neste tipo de feiras há cinco anos, por vontade de se desfazer de alguns objectos que acumulava em casa. “Esta é a minha única ocupação. Comecei para angariar algum dinheiro e desfazer-me de objectos que já não usava, mas agora desloco-me para as feiras porque me faz bem, estou entretida e com a cabeça concentrada nisto. É uma questão de saúde mental”, explica Alice Sereno. Alice Sereno costuma comercializar nas feiras de antiguidades de Torres Novas, Entroncamento e Santarém, onde apresenta um vasto leque de produtos como roupas, louças e bijuteria. A comerciante acredita que a realização destes eventos em espaços fechados poderia ajudar não só às condições dos comerciantes e de condicionamento dos artigos para venda, mas também ao aumento de população a frequentar as feiras.

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