Vendedores do Mercado de Alverca exigem obras com urgência
Edifício do Mercado Municipal de Alverca apresenta vários problemas e precisa de manutenção da cobertura e dos pavimentos. Quem ali faz negócio diz ser urgente que se façam reparações e melhorias no espaço.
O edifício onde funciona o Mercado Municipal de Alverca já conheceu melhorias dias, precisa de uma requalificação urgente para poder continuar a sobreviver. “Isto está entregue aos bichos”, desabafa Francisca Marouco, que há meio século explora uma banca de venda de frutas e legumes e já se cansou de pedir obras no edifício, situado em pleno centro da cidade.
De quatro em quatro anos os políticos aparecem no mercado para dar uns beijos e prometer obra aos comerciantes na campanha eleitoral mas depois, diz quem ali trabalha, nada feito. O edifício precisa de ser requalificado por apresentar vários problemas resultantes de uma deficiente manutenção, em particular ao nível das coberturas, pavimentos, impermeabilização do espaço e de infiltrações.
O mercado não é grande e durante a semana tem pouco mais de cinco a sete comerciantes em permanência. A clientela é pouca mas fiel e o maior problema é mesmo a falta de dinamização e a concretização de melhorias no edifício. “Não está capaz e devia ser arranjado como deve ser. A câmara devia fazer obras em Agosto, que é o mês mais fraco. Meter bancadas e chão novo, portões novos, um telhado novo”, pede a O MIRANTE Paula Vale, que faz a limpeza do espaço.
A implementação de melhorias no estacionamento envolvente, com a criação de lugares exclusivos para os clientes do mercado, é outra das reivindicações da comunidade. “Já aqui estou há 18 anos e não se tem feito quase nada, é preciso que coloquem bancadas em inox. Isto precisa de obra de uma ponta à outra”, defende Paula Vale.
Sem obra no horizonte
O presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), explica que está a ser feita uma reflexão sobre a situação do Mercado Municipal de Alverca incluindo como o dinamizar juntamente com o antigo mercado do Choupal. Mas datas concretas para obras, até agora, nada em cima da mesa. “A realidade dos mercados não é igual de sítio para sítio, nem a dinâmica dos mercados é igual de localidade para localidade. De qualquer forma Alverca tem condições e massa crítica, do ponto de vista da procura, para permitir essa dinamização e estamos a trabalhar nesse sentido”, garante.
O autarca falava em reunião de câmara em resposta a uma proposta apresentada pela coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) onde foi exigido ao município que avalie a possibilidade de requalificar o mercado de Alverca, proceda ao levantamento dos problemas assinalados e implemente soluções técnicas adequadas à sua resolução. O documento foi aprovado por maioria, com o voto contra do Chega.
David Pato Ferreira, vereador da Nova Geração, exige que o executivo socialista desenvolva uma estratégia de dinamização e valorização do mercado com o envolvimento da Junta de Freguesia de Alverca e os agentes culturais da cidade. “A temperatura que se faz sentir no interior não é seguramente a mais adequada quando se comercializam produtos perecíveis e os espaços de exposição dos produtos não são atractivos e não permitem as condições de higiene mais convenientes”, lê-se na proposta, que pede que o edifício seja mais dinâmico, acolhedor e confortável para os utentes e lojistas.
A CDU votou favoravelmente o documento lembrando que já havia defendido a mesma necessidade no passado, não apenas comercialmente mas também a nível cultural. Já Barreira Soares, vereador do Chega, justificou o voto contra por considerar que se está a enganar os munícipes com a proposta, um documento apenas para fazer número sabendo que provavelmente nunca será executada. “Preocupações há muitas, precisa-se é de actos, não vale a pena o presidente ficar todos os meses preocupado porque passam-se os meses e nada é feito”, criticou.