Sociedade | 20-09-2023 10:00

Moradores de Santa Marta em Tomar vivem sem saneamento básico embora paguem pelo serviço

Moradores de Santa Marta em Tomar vivem sem saneamento básico embora paguem pelo serviço
Cerca de uma centena de moradores da aldeia de Santa Marta vivem sem saneamento básico apesar de pagarem pelo serviço

Moradores da aldeia de Santa Marta, às portas de Tomar, vivem sem saneamento básico e continuam a pagar por um serviço que não usufruem. O munícipe Faustino Ribeiro foi à última sessão camarária queixar-se do problema, mas presidente da câmara não garante solução a curto prazo.

Os habitantes da aldeia de Santa Marta, na freguesia de Santa Maria dos Olivais, em Tomar, vivem desde sempre sem saneamento básico, um problema que afecta directamente cerca de uma centena de moradores que, apesar de não usufruírem do serviço, continuam a pagar por ele.
Faustino Ribeiro, 64 anos, proprietário da Residência de Santa Marta, na Rua do Contador, e morador na aldeia desde 2003, altura em que fundou a residência depois de regressar do estrangeiro, é um dos moradores mais inconformados com a situação. Para fazer face à realidade, que considera impensável no mundo civilizado, instalou um sistema para bombear os esgotos para o saneamento básico da estrada do Coito. Esse processo, explica a O MIRANTE, envolve uma despesa considerável anualmente, que inclui custos de manutenção e limpeza da fossa a cada dois meses. Faustino Ribeiro também enfrenta preocupações constantes com a manutenção do sistema de bombeamento, risco de entupimentos e falta de electricidade, que pode encher a fossa. “Quando isso acontecer toda a porcaria vai correr na rua”, lamenta. O proprietário diz que anda a desperdiçar dinheiro uma vez que tem de pagar o sistema de bombeamento e a taxa de saneamento que não usufrui.
Faustino Ribeiro conseguiu encontrar uma solução parcial para o problema, mas muitos moradores não têm essa capacidade financeira e dependem de fossas que muitas vezes transbordam especialmente em períodos de chuvas intensas. O resultado são maus cheiros, falta de higiene e a contaminação das linhas de água e terrenos tornando a água dos poços desaconselhável para uso.
O município de Tomar investiu em saneamento básico em áreas próximas, mas parou com a construção de esgotos na estrada do Coito e “nós ficamos totalmente esquecidos aqui atrás em Santa Marta”, frisa o morador. Várias promessas foram feitas pelos presidentes da junta de freguesia e da câmara municipal ao longo dos anos, mas até ao momento nada foi feito para resolver o problema que afecta a qualidade de vida da população, sublinha.
Faustino Ribeiro expôs o problema em reunião de câmara, realizada a 4 de Setembro. Anabela Freitas, presidente da câmara, concordou que todos os moradores de Tomar, independentemente do tamanho da localidade, merecem ter saneamento, mas explicou que as complexidades dos subsistemas de saneamento podem complicar a expansão do serviço para Santa Marta. “Vamos pedir para verem essa situação junto da Tejo Ambiente, mais não lhe posso dizer”, afirma a presidente acrescentando que não consegue garantir uma data para a solução do problema.

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