Sociedade | 27-09-2023 12:00

Quase 10 mil utentes não têm médico de família no concelho de Abrantes

Quase 10 mil utentes não têm médico de família no concelho de Abrantes
Utentes do Médio Tejo mantêm a luta por médicos de família. FOTO - CUSMT

Utentes da saúde do Médio Tejo realizaram acção reivindicativa em Alferrarede na defesa de cuidados de proximidade e reforço do Serviço Nacional de Saúde.

A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) reivindicou em Alferrarede o reforço do acesso a cuidados de saúde de proximidade, investimentos em equipamentos e recursos humanos e maior articulação entre cuidados primários e hospitalares. “Quase 10 mil utentes não têm médico de família no concelho de Abrantes e as alternativas, como por exemplo a contratação de horas médicas e/ou reformados e de médicos estrangeiros, têm esbarrado na recusa de profissionais a trabalhar pelas condições oferecidas e na intrincada burocracia e regulamentação governamental”, afirmou Manuel José Soares, porta-voz da CUSMT, à porta do centro de saúde de Alferrarede, onde cerca de seis mil utentes estão sem médico de família atribuído, depois de cinco profissionais que aí exerciam se terem aposentado nos últimos dois anos.
A CUSMT, que tem acção nos 11 municípios abrangidos pelo Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da mesma área, enquadrou a acção reivindicativa no âmbito dos 44 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “o mais importante em termos sociais e humanos dos serviços públicos”.
Para o representante dos utentes, “defender o SNS é realçar que no Médio Tejo, apesar de todas as dificuldades, há no sector da saúde mais de 5.000 trabalhadores que, por exemplo, fazem em média 435 urgências por dia, 4.000 consultas diárias nos hospitais e centros de saúde, mais de 30 intervenções cirúrgicas diárias, perto de 50 sessões diárias de hemodiálise, milhares de exames e análises, tratamentos e actos de enfermagem, transportes, recuperação psíquica e física de centenas de doentes e acções de sensibilização de saúde pública”, entre outras.
“O reforço do SNS implica exigir, por todas as formas democráticas, entre outras acções, resolver os problemas de acesso de muitos utentes a cuidados de saúde” no Médio Tejo, onde, indicou, “quase 35%, ou seja, 77.769 de um total de 225.691 utentes inscritos não tiveram qualquer consulta nos últimos 12 meses”, a par da contratação de mais profissionais de saúde. A comissão assegurou prosseguir a “luta pela valorização do SNS”, defendendo o funcionamento da maternidade do CHMT, em Abrantes, “24 horas por dia nos sete dias da semana”, abertura da “Urgência Pediátrica nos três hospitais” do CHMT, “em vez de ser só em Torres Novas”, e “desenvolvimento do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação” no Hospital de Tomar.

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