Sociedade | 29-09-2023 07:00

“Às críticas respondo com trabalho” 

“Às críticas respondo com trabalho” 
Maria do Céu Antunes deixou a presidência da Câmara de Abrantes para integrar os Governos de António Costa, primeiro como secretária de Estado, depois como ministra da Agricultura, cargo que desempenha actualmente

Ministra da Agricultura diz que responde às críticas com trabalho sublinhando que a sua motivação é o serviço público. Nesta entrevista, Maria do Céu Antunes fala das relações com a CAP, do fracasso do Centro de Excelência para a Agricultura e do Projecto Tejo, entre outros assuntos.

A CAP não a convida para as suas feiras e chama-lhe incompetente. Aos críticos, Maria do Céu Antunes responde com trabalho e diz que a sua motivação é o serviço público. “Se fosse fazer tudo o que me pedem geria ao sabor do vento”, diz nesta entrevista onde abordamos as relações com a CAP, o fracasso do Centro de Excelência para a Agricultura e o Projeto Tejo, entre outros assuntos.

Muita coisa mudou na vida de Maria do Céu Antunes desde que deixou a presidência da Câmara de Abrantes para integrar os Governos de António Costa, primeiro como secretária de Estado depois como ministra. Deixou cair o apelido do ex-marido, já é avó e passou a viver sozinha em Lisboa, embora continue a ir a Abrantes com frequência visitar os pais e amigos.
Recebe-nos numa tarde de quinta-feira, após um Conselho de Ministros, sem almoçar e com a inauguração de uma feira em Alenquer marcada para daí a poucas horas. Bebe um chá durante a conversa, que decorre no seu espaçoso gabinete com vista para o fervilhante Terreiro do Paço. Entusiasma-se a descrever as políticas e medidas que tem implementado e tenta driblar os jornalistas quando as perguntas são menos confortáveis. Aos críticos que lhe chamam incompetente diz que lhes responde com trabalho. Uma entrevista para ler também nas entrelinhas.

Como fica a sua auto-estima quando a classificam como incompetente como é o caso de alguns comentadores, cronistas e líderes de associações do sector? Respondo com trabalho, como sempre fiz. Iniciei a minha vida pública em 2006 e sempre soube lidar com a crítica e com o elogio. Ambos têm para mim um sentido, que é a responsabilidade de fazer mais e melhor.
Não fica magoada com essas críticas? Às vezes posso achar que são injustas, mas a injustiça também se combate com verdade, com trabalho, com honestidade e grande sentido de responsabilidade. E portanto cá estou eu…
Não há daqueles dias em que lhe apetece largar a política, desistir e dedicar-se a outras actividades? Nas nossas vidas pessoais e profissionais temos sempre momentos muito bons e outros menos bons; temos dias em que acordamos mais motivados e noutros menos motivados… Tento sempre ter uma motivação, que é servir os outros. Enquanto puder dar um contributo para melhorar a qualidade de vida dos meus concidadãos e deixar um futuro melhor para as minhas filhas e para a minha neta, cá estarei.
Considera natural que uma ministra da Agricultura não seja convidada para importantes eventos do sector como a Feira Nacional de Agricultura e a Agroglobal, organizados pela CAP no CNEMA em Santarém? A agenda da ministra da Agricultura é grande e diversa. Se eu elencar o número de eventos em que estive no passado recente…
Mas considera normal que o CNEMA não convide a ministra da Agricultura para eventos tão importantes? Isso fica com quem tem que fazer essa gestão. Do lado da ministra da Agricultura, aquilo que fiz foi exactamente o mesmo que tenho feito desde que cheguei a estas funções.
Mas podia ter visitado essas feiras mesmo sem a convidarem… Estiveram lá vários organismos em representação do ministério, financiámos inclusivamente o evento através da nossa participação...
Mais uma razão para perguntar se não considera uma descortesia não a terem convidado. Trabalhamos com todos…
Não ficou melindrada? Não estou aqui para me melindrar, estou aqui para trabalhar. De tal maneira não estou melindrada que já recebi aqui a nova direcção da CAP, já conversámos diversas vezes em diferentes fóruns e circunstâncias.
Só para terminar o tema: por que razão a CAP não gosta de si? Terão de lhes perguntar a eles. Estou cá para servir os agricultores portugueses e já hoje tive oportunidade de falar com o senhor presidente da CAP para tratarmos de uma situação que tínhamos em mãos. Ainda ontem estive na concertação social com todos os parceiros.
Resumindo, é porque não lhes faz as vontades? O que continuo a dizer é que a minha responsabilidade é trabalhar com todos da mesma maneira. E trabalho! Respeito a individualidade de todas as confederações e todos os seus associados para juntos podermos construir uma agricultura mais equilibrada.

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