Médicos internos dos Hospitais de VFX e de Santarém com o grau de satisfação mais baixo
O Inquérito de Satisfação do Internato Médico 2022, promovido pelo Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem dos Médicos, revela que os resultados globais do estudo são muito semelhantes aos de 2021.
O Hospital de Vila Franca de Xira e o Hospital Distrital de Santarém foram as duas instituições com grau de satisfação mais baixo, respectivamente de 2,44 (3,47 em 2021) e 2,17 (2,58 em 2021), indica o Inquérito de Satisfação do Internato Médico 2022, promovido pelo Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI) da Ordem dos Médicos.
Aludindo aos hospitais que tiveram um grau de satisfação mais baixo, entre os 42 hospitais avaliados, o presidente do CNMI, Carlos Mendonça, afirmou que estes hospitais têm habitualmente maiores dificuldades, mas ressalvou que “acaba por ser uma percepção empírica”: “Desde logo porque os hospitais de Santarém e de Vila Franca de Xira são mais pequenos do que, por exemplo, os grandes hospitais da capital e, portanto, têm necessariamente menos internos e uma menor diversidade de especialidades”.
Por outro lado, Carlos Mendonça nota que os grandes hospitais também não ocupam nenhuma das posições cimeiras deste ‘ranking’”, liderado pelo Hospital da Luz, com o Centro Hospitalar Universitário do Porto a aparecer na 13.ª posição e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa norte na 29.ª posição, por exemplo. “Acreditamos que as grandes instituições acabam por, de uma forma global, oferecer mais possibilidades e oportunidades aos médicos internos, mas muitas vezes isto também traz outros problemas inerentes ao facto de serem instituições demasiado grandes” e com maior dificuldade na gestão dos profissionais, referiu.
Os aspectos mais notórios relacionados com a menor satisfação com o serviço prendem-se com o pouco apoio financeiro e/ou logístico à realização ou participação em actividades formativas (2,15) ou científicas (2,01), além da inexistência de recursos científicos como biblioteca e acesso a literatura actualizada em quantidade suficiente para a promoção de uma formação adequada (2,72) e da inexistência de um sistema de reporte de incidentes (3,10).
Em declarações à agência Lusa, Carlos Mendonça adiantou que os resultados globais do inquérito são “muito semelhantes” aos de 2021, mas desde então as instituições não encontraram soluções. “Claro que as medidas demoram tempo a ser concretizadas e a podermos ter reflexo das mesmas, mas neste pequeno intervalo de tempo podemos assumir que as coisas acabam por ser muito semelhantes entre os dois anos”, disse.
O Inquérito de Satisfação do Internato Médico 2022 obteve 1.594 respostas, que representam 19% do total de internos, com uma média de idade de 30 anos. Segundo o estudo, “a maioria dos médicos internos inquiridos encontra-se satisfeita com o internato médico, mais concretamente com a especialidade (pontuação de 4,11, numa escala de 1 a 5)” e com o orientador de formação (4,12).