Sociedade | 03-10-2023 10:00

Moradores de Alcanena com a casa às costas por atraso em obra municipal

A empreitada de requalificação das casas do Bairro Dr. Anastácio Gonçalves, propriedade da Câmara de Alcanena, atrasou um ano.

Moradores estiveram realojados numa residencial, mas o contrato expirou e não pode ser renovado, pelo que o recurso, para alguns, é ficarem alojados temporariamente numa antiga escola primária até a obra ser concluída.

Três moradores do Bairro Dr. Anastácio Gonçalves, propriedade da Câmara de Alcanena, vão ser alojados no edifício da antiga escola primária de Alcanena até que as obras nas suas casas estejam concluídas. A empreitada, da responsabilidade do município, atrasou um ano e a autarquia atingiu o limite de contratos por ajuste directo com a residencial onde os moradores estiveram alojados desde que começaram as obras.
Segundo a vereadora que detém o pelouro da Acção Social na Câmara de Alcanena, Marlene Carvalho, a antiga escola tem todas as condições, nomeadamente cozinha, chuveiros, sanitários e três salas que vão ser adaptadas para quartos. Antes da decisão, a vereadora reuniu com os moradores em causa e explicou qual a solução encontrada e garante não ter encontrado reclamações. “As pessoas aceitaram muito bem a nossa proposta. Não houve reclamações. O edifício tem alarme e é seguro e é uma situação temporária. Espero que antes de Novembro já estejam nas suas casas”, afirmou. Para dar a obra por concluída e as pessoas poderem mudar-se falta apenas a ligação de energia eléctrica.
Os moradores estiveram cerca de um ano a viver na Residencial Planeta, a expensas do município. “O problema é que a Câmara de Alcanena já atingiu o limite de adjudicações com a empresa proprietária da residencial e acordamos com o dono da residencial que o contrato terminava a 30 de Setembro. O senhor foi fazendo reservas dos quartos para novas pessoas e também não poderíamos estender o contrato. Esta solução da antiga escola primária é boa e será temporária”, esclareceu Marlene Carvalho.
A vereadora recordou que esta obra teve duas empreitadas. Uma inicial, ainda no anterior mandato presidido pela socialista Fernanda Asseiceira, que seria apenas para substituir caixilharia e intervenção na parte frontal das casas. O município aproveitou os fundos do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), nomeadamente o projecto do Governo 1º Direito, para construção de habitação e avançaram com uma segunda empreitada onde mudaram todo o interior das casas e dotaram-nas de melhores condições. As casas dispõem de ar condicionado e painéis fotovoltaicos e painéis para água. Por isso a obra atrasou cerca de um ano.
O Bairro Dr. Anastácio Gonçalves é composto por 17 fogos. No início da segunda empreitada a Câmara de Alcanena reuniu com todos os moradores. Alguns ficaram a viver com familiares. Um morador ficou a viver num apartamento que o município tinha livre em Vila Moreira e outro numa casa que estava vaga no Bairro Timor Lorosae. Ficaram apenas três moradores que passaram a viver na residencial e agora vão temporariamente para o edifício da antiga escola primária.
As casas do Bairro Dr. Anastácio Gonçalves foram visitadas na sexta-feira, 22 de Setembro, pela ministra da Habitação, Marina Gonçalves, no âmbito de uma visita que fez ao Sardoal e a Alcanena sobre Estratégia de Habitação Local.

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