Sociedade | 16-10-2023 21:00

Mulheres tiveram papel principal no Festival de Acordeão do Cartaxo

Mulheres tiveram papel principal no Festival de Acordeão do Cartaxo
Festival de Acordeão do Cartaxo tem ganho dimensão todos os anos e esta edição contou com a presença de mais de 750 pessoas

A mulher acordeonista foi o tema de mais uma edição do Festival de Acordeão, que se realizou no Cartaxo a 7 de Outubro. Esta edição teve a particularidade de se realizar num local diferente e ter em palco um projecto de fado e acordeão.

O Festival de Acordeão do Cartaxo decorre todos os anos no primeiro sábado de Outubro pelas mãos da acordeonista Andreia Sofia, de 27 anos, e a sua família “Algarvios do Cartaxo”, com o objectivo de promover o acordeão e o seu ensino nas diversas faixas etárias. A 12ª edição do festival, que se realizou a 7 de Outubro, homenageou a mulher acordeonista perante uma assistência de mais de 750 pessoas. A edição deste ano ficou marcada por várias inovações, nomeadamente o facto de se ter realizado pela primeira vez no Pavilhão Municipal de Exposições do Cartaxo, tendo marcado o arranque dos festivais temáticos.
Em conversa com O MIRANTE, Andreia Sofia explica que procurou que a edição deste ano ficasse marcada pela diversidade nas actuações. Por isso, subiram ao palco grupos, duplas, prestações individuais, sendo que a última actuação foi de uma orquestra. “É difícil encontrar mulheres acordeonistas que façam do acordeão profissão ou que não tenham medo de se apresentar”, afirma Andreia Sofia, explicando que dos mais de 30 acordeonistas que subiram ao palco sete foram mulheres, como Joana Trepeças, uma jovem promessa de Coruche que é vice-campeã nacional de acordeão; Maria Adélia Botelho; Carla Nunes; Susana Vaz; Mafalda Prates; e Sofia Henriques. Em palco estiveram também pela primeira vez o projecto de fado e acordeão Bianca Luz & Fado d’Alma, a Escola de Acordeão Mestre de Avis e os alunos da Escola de Acordeão Andreia Sofia. A professora de acordeão confessa que apesar do trabalho e responsabilidade que tem na organização de um festival de dimensão internacional, o sucesso e projecção do evento fazem valer a pena. “É certo que dá muito trabalho, mas nós somos uma família muito grande e isso é a maior recompensa que se pode ter”, vinca. Para Andreia Sofia o acordeão não caiu em desuso, uma vez que é procurado por jovens, seja para integrarem um rancho folclórico ou porque “simplesmente se encantam com a beleza do que é tocar e aprender acordeão”.
Em Junho deste ano, Andreia Sofia revelou em entrevista a O MIRANTE que a sua paixão pelo acordeão se tornou, na altura em que frequentava a escola, motivo de gozo por ser uma prática para homens aos olhos dos seus colegas. Começou a tocar acordeão aos nove anos por influência da mãe e como o seu talento era indiscutível, depressa deixou de sofrer de bullying e passou a ser admirada pelos seus pares. Iniciou-se como aluna na Sociedade Filarmónica Cartaxense, no Cartaxo, a sua terra natal, e aos 14 anos já tinha definido que queria ser professora de música. Dá aulas na Academia de Música de Alcobaça e é a principal responsável pela organização do Festival de Acordeão do Cartaxo, onde a falecida acordeonista Eugénia Lima fez sempre questão de tocar.

Andreia Sofia (à esquerda) é o principal rosto da organização do festival

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