Destacamento da GNR sai de Coruche para Samora Correia durante obras no posto
Antigo edifício onde funcionou um centro de dia da Misericórdia de Coruche vai ser cedido provisoriamente à GNR enquanto o posto da vila receber as obras há muito reclamadas. Os militares do Destacamento Territorial da GNR vão mudar-se para Samora Correia, concelho de Benavente, enquanto durar a empreitada. Uma situação que não satisfaz o presidente do município de Coruche.
O Comando Territorial de Santarém da Guarda Nacional Republicana (GNR) aceitou que o posto da GNR de Coruche seja instalado provisoriamente num antigo centro de dia, junto à Avenida Luís de Camões, que está devoluto e é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Coruche. A informação foi dada pelo presidente da câmara municipal, o socialista Francisco Oliveira, que revelou a decisão da GNR em sessão camarária.
Os militares vão ficar ali instalados enquanto decorrem as obras de requalificação do posto na Rua dos Bombeiros, no centro da vila. “Quero sossegar a população que, tal como o executivo municipal, receava que a GNR pudesse sair de cá mas sempre acreditei que as coisas se resolvessem de modo favorável”, afirmou Francisco Oliveira.
No entanto, há indicações de que o Destacamento Territorial da GNR se mude para Samora Correia, concelho de Benavente, enquanto durarem as obras. Francisco Oliveira não escondeu o seu descontentamento, na última sessão da Assembleia Municipal de Coruche, por o destacamento territorial não ficar no concelho. “Fizemos tudo para que não transferissem o destacamento da GNR para Samora Correia”, explicou aos eleitos.
Francisco Oliveira defende que se o posto do Couço tinha condições para acolher os militares do posto de Coruche também terá condições para acolher uma ou duas secções do Destacamento Territorial de Coruche da GNR, que é composto por SEPNA, Escola Segura e Núcleo de Investigação Criminal. “A escolha não foi nossa. Queremos que quando as obras terminarem o Destacamento Territorial venha para Coruche”, garantiu.
A Câmara de Coruche vai ter que pagar uma renda mensal à Misericórdia de Coruche para a instalação provisória do posto e têm que ser feitas algumas alterações no interior do antigo centro de dia para adaptar o espaço.
APG defende posto e destacamento territorial em Coruche
A Associação Profissional de Guardas (GNR) emitiu um comunicado onde informa que reuniu com o presidente da Câmara de Coruche para falar sobre o posto da GNR de Coruche e defende que o processo foi mal conduzido. “A GNR agiu tarde e não diligenciou atempadamente junto da Câmara de Coruche para que se encontrassem alternativas para que todas as valências da GNR ficassem em Coruche. As obras são necessárias. Não entendemos é que não se tenha feito para encontrar uma solução para a GNR ficar no concelho”, afirma a APG em nota de imprensa.
A APG defende que o efectivo do comando territorial deve ficar em Coruche para não ter despesas extra com as deslocações entre a vila e Samora Correia. Os dirigentes da APG visitaram as actuais instalações do posto e destacamento territorial no dia em que reuniram com o presidente da Câmara de Coruche e garantiram que vão estar atentos ao desenrolar do processo e que seja garantido a segurança das populações e os direitos de todos os profissionais”, pode ler-se no comunicado.
Actual posto está degradado
As instalações onde funciona o posto da GNR de Coruche têm alguns problemas e há muito que são reivindicadas obras. Em Abril de 2019 a Associação de Profissionais da Guarda exigia que as obras de requalificação das instalações da GNR de Coruche se iniciassem de imediato e considerava uma “afronta” a demora no início das obras, consideradas prioritárias.
Em Novembro de 2019 os deputados do PSD Isaura Morais, João Moura e Sónia Ferreira, numa pergunta dirigida ao Ministério da Administração Interna, lembravam que a necessidade de obras remonta há mais de uma década. A degradação tem-se agravado com a passagem dos anos.