Bruno Fortes nunca deixou que a gaguez o definisse
Aos seis anos apareceram os primeiros sinais da condição que entende como atributo e não como um defeito ou problema. Aprendeu estratégias e a não deixar que ser gago fosse uma limitação. Este é um excerto do testemunho de Bruno Fortes com O MIRANTE a propósito do Dia Internacional de Consciencialização para a Gaguez, que se assinala este domingo, 22 de Outubro.
Os primeiros sintomas de gaguez apareceram na vida de Bruno Fortes quando tinha seis anos e aos 14 a perturbação na comunicação agravou-se, fazendo com que começasse a morder a língua, provocando-lhe dor. Desde o primeiro ano de escola que era apontado como falador e a gaguez sempre foi uma condição que tinha dificuldade em aceitar. “A maior discriminação que sentia era comigo por ser gago, nunca foi um problema com os outros”, revela, explicando que não se sentia vítima de bullying por parte dos amigos que até o protegiam.
Com o passar dos anos, Bruno Fortes foi aprendendo a lidar com a gaguez, encontrando estratégias para a disfarçar e chegar mais depressa à palavra que quer dizer com as letras todas, sem prolongamentos de sons. Hoje recorre a determinadas palavras para chegar a outras- as que quer falar- numa estratégia que tem dificuldade em explicar por ser “automático”. Mas nem sempre esta tática funciona, sobretudo quando está mais nervoso e ansioso.
O que é a gaguez?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a gaguez é uma alteração no ritmo da fala, na qual o indivíduo sabe precisamente o que deseja dizer, mas, por outro lado, é incapaz de o fazer devido a movimentos involuntários da face e do corpo. Manifesta-se geralmente entre os dois e os três anos, podendo surgir até ao início da adolescência, e é maioritariamente de origem genética.
*Notícia completa em edição semanal de O MIRANTE.