Utentes do Médio Tejo exigem que urgências se mantenham abertas
Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo realizou uma vigília junto ao Hospital de Abrantes onde alertou para o problema da falta de médicos de família e que as urgências do Médio Tejo se mantenham abertas 24 horas por dia.
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) reivindicou que se mantenham abertos todos os serviços de urgência nos três hospitais da região, lembrando os “milhares de utentes sem médico” de família e “sem alternativa” assistencial.
“Com os problemas que existem ao nível dos cuidados primários de saúde, com largas zonas do país e milhares de utentes sem médico de família, as urgências funcionam como um porto seguro”, disse à Lusa Manuel José Soares, porta-voz da CUSMT, numa vigília realizada no dia 19 de Outubro à entrada do Hospital de Abrantes, onde funcionam as Urgências Médico-Cirúrgicas (UMC) e a Urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT), e onde a maternidade está também instalada.
A Comissão de Utentes, que juntou uma dezena de populares à entrada da unidade hospitalar, lembrou que “o CHMT registou, só no dia 2 de Outubro, 480 episódios de urgência nos três hospitais” que agrega (Abrantes, Tomar e Torres Novas), para reiterar a necessidade da prestação de cuidados de saúde a milhares de pessoas diariamente.
A CUSMT levava as reivindicações expressas num documento que era distribuído a quem passava junto ao hospital, umas mais genéricas relativas ao SNS, outras mais específicas à unidade hospitalar de Abrantes. “A nossa exigência é só uma: resolvam as situações de maneira a que as cinco urgências do CHMT funcionem” todos os dias, 24 sobre 24 horas, afirmou o representante dos utentes.
"Primeiro, a UMC, que é única, aqui em Abrantes, segundo, as urgências básicas em Tomar e em Torres Novas, depois a Urgência Pediátrica, instalada em Torres Novas e que defendemos que, quando houver condições, se deve estender aos três hospitais, e a outra refere-se à maternidade” [Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e bloco de partos], que está situada em Abrantes. “No Médio Tejo não há alternativa social ou privada aos serviços públicos prestados pelo SNS. É elementar que todos os seus serviços estejam abertos”, vincou.
O documento distribuído mencionava ainda a questão das obras da Urgência de Abrantes, “um processo que já era para estar em desenvolvimento, mas atrasou”, lembrou José Soares. “O processo está ainda em fase de preparação administrativa. Por isso, sofrem os profissionais e os utentes, pois as condições logísticas da urgência médico-cirúrgica do CHMT não estão de momento a funcionar em condições”, concluiu.