Sociedade | 28-10-2023 15:00

Caso dos cavalos abandonados pelo dono em Muge no Ministério Público

Uma dezena de cavalos foram abandonados pelo dono num terreno junto à estrada que liga Muge e Glória do Ribatejo. Animais têm sido alimentados por Pedro Costa nos últimos dois anos, mas o equitador deixou de ter possibilidades para o fazer com a frequência necessária. A O MIRANTE diz que dono lhe deve milhares de euros e que nunca quis dar a cara.

A proprietária de um terreno junto à estrada que liga Muge e Glória do Ribatejo, no concelho de Salvaterra de Magos, queixou-se às autoridades de ter uma dezena de cavalos abandonados na sua propriedade. A denúncia resultou numa operação das autoridades na quarta-feira, 18 de Outubro, mas a história tem vários contornos. Segundo explicou a O MIRANTE a proprietária, que aceitou ceder o terreno para pasto, os cavalos têm vindo a emagrecer nos últimos meses pela falta de alimento. A proprietária do terreno garante que o emprestou de “boa vontade”, mas lamenta só ter arranjado problemas.
O nosso jornal conseguiu encontrar o tratador dos cavalos, Pedro Costa, que garante estar há dois anos a fazer “das tripas coração” para alimentar os animais que não são seus. O equitador, que reside há anos no concelho de Salvaterra de Magos, explica que os animais pertencem a um homem, natural de Cascais, que nunca quis saber deles. “O dono, que conheço há vários anos, prometeu-me que ia levar alguns para Espanha, entre outras promessas, mas nunca cumpriu nada, nem dá a cara. Sou eu que me tenho substituído a ele e com isso tenho perdido muito dinheiro, milhares de euros”, afirma, acrescentando: “isto rebentou-me na cara sem ter culpa nenhuma”.
Pedro Costa concorda que os animais não estão nas condições desejáveis, mas garante não estarem a morrer à fome. “Ainda esta semana deixei dois fardos de feno. Foram 400 euros que gastei do meu bolso e os animais não são meus. O que acontece é que algumas éguas são velhinhas e se há falta de alimento começam a ficar mais fracas. Mas nenhum está a morrer à fome. Se fosse por mim já os tinha vendido, mas não são meus”, sublinha, vincando que desde Agosto deste ano que as autoridades têm o nome do verdadeiro dono dos animais. O equitador diz que o dono está a par da situação e que dois dos animais já foram para o veterinário.
Contactada por O MIRANTE, fonte da GNR explicou que alguns dos animais não estão identificados e que vão permanecer no local uma vez que o actual tratador garantiu que vai continuar a alimentar os cavalos, acrescentando que a junta de freguesia também se dispôs a ajudar, algo que Pedro Costa afirma ainda não ter conhecimento. A mesma fonte refere que o caso foi comunicado ao Ministério Público aguardando-se o resultado das investigações para definir o futuro dos 10 cavalos.

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