Estado da Saúde no concelho de Tomar tem gerado discussões entre autarcas
Encerramento das urgências, falta de médicos e de acesso a cuidados de saúde têm sido temas de debate em reuniões de assembleia municipal e de executivo camarário. Oposição tem criticado falta de tomada de posição da maioria socialista.
O estado da Saúde no concelho de Tomar tem gerado muita preocupação nas reuniões de assembleia municipal e executivo camarário, com vários autarcas a afirmarem que a população não está bem servida. Na última assembleia municipal o deputado João Tenreiro (PSD) lamentou o facto de não existirem médicos suficientes no serviço de urgências básicas em Tomar, pedindo para que o executivo, agora liderado por Hugo Cristóvão (PS), tome uma posição.
A transferência de responsabilidades da Administração Central para as autarquias locais foi outro dos temas abordados. O deputado Bruno Graça (CDU) referiu que este é um dos assuntos que demonstra a política de desvalorização do Serviço Nacional de Saúde. “Em consequência dessas políticas faltam médicos e enfermeiros, encerram-se urgências e serviços de especialidade nos hospitais, atrasam-se consultas e cirurgias ao mesmo tempo que cada vez mais se favorece o negócio privado da saúde”, frisou. O autarca terminou questionando se as competências na área da saúde foram aceites, se há garantia de recursos humanos suficientes para dar resposta à população, entre outras questões relacionadas com medidas para atenuar dificuldades das famílias no acesso a cuidados de saúde.
Hugo Cristóvão esclareceu que, numa reunião com o conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo e os 11 municípios da área de abrangência da instituição, tiveram de decidir se preferiam que o encerramento das urgências acontecesse de forma programada ou não, devido à incapacidade para preencher as escalas. A escolha foi programar para conseguir avisar atempadamente a população, disse. “É algo que lamentamos mas não deixamos de perceber o que está a acontecer por todo o país”, afirmou.
O assunto voltou a estar em debate na reunião de executivo camarário, depois de Tiago Carrão (PSD) voltar a demonstrar a sua preocupação, lançando uma farpa ao presidente da câmara, referindo que lhe “ficou mal” dizer que percebia a situação e as dificuldades em manter as urgências a funcionar a 100%.