Reivindicação de Serviço de Urgência Básica em Coruche volta à ordem do dia
PCP questiona Governo sobre Centro de Saúde de Coruche e presidente do município diz que é tempo de voltar a reivindicar a criação de um serviço de urgência básica há muito falado.
O grupo parlamentar do PCP questionou o Governo sobre a limitação de funcionamento do Centro de Saúde de Coruche, enquanto o presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), também reivindica um Serviço de Urgência Básica no concelho.
Numa pergunta ao Governo, o grupo parlamentar do PCP refere que “a situação do Centro de Saúde de Coruche é há vários anos dramática” e que os utentes esperam há mais de 20 anos que o Ministério da Saúde coloque a funcionar o Serviço de Urgência Básica permitindo dessa forma melhorar a prestação de cuidados de saúde àquela população.
“Para agravar o problema, os utentes foram confrontados, em 2020, perante a gravíssima situação criada pela epidemia de Covid-19 com o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) e a sua transformação em Serviço de Atendimento Complementar (SAC)”, lembra no documento o deputado João Dias. A alteração levou a que o serviço de urgências passasse a encerrar às 20h00, deixando de funcionar 24 horas como anteriormente, e confrontando os utentes com a necessidade de terem de se deslocar dezenas de quilómetros até aos hospitais de Santarém ou de Vila Franca de Xira em caso de uma situação de urgência fora das horas de funcionamento daquele serviço, é ainda referido.
A alteração, decidida pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria, encontrará “justificação na falta de recursos humanos, nomeadamente médicos, para restabelecer o funcionamento regular e durante 24 horas”, aponta. O PCP solicita, por intermédio do Ministério da Saúde, esclarecimentos se tenciona o Governo restabelecer o SAP em Coruche e dentro de que prazo, questionando também se conhece as regras de atendimento dos utentes, e se “pretende mantê-las.
Serviço de Urgência Básica previsto há 20 anos
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Coruche disse que fazia sentido reactivar um diploma que em tempos esteve em cima da mesa, que era no centro de saúde criar um Serviço de Urgência Básica [SUB], que pudesse fazer esse atendimento médico, mas também exames, por forma a servir a população do sul do distrito, dos concelhos de Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente.
“No Centro de Saúde de Coruche foram feitas obras estruturais para acolher o SUB, nunca foram é colocados os médicos e os meios de diagnóstico para que funcionasse”, lembra Francisco Oliveira. Relativamente ao que aconteceu durante a pandemia de Covid-19, o autarca socialista explicou à Lusa que “reduziram o horário de funcionamento do SAP e alegaram que tinham de prestar cuidados de saúde à população”, nomeadamente de vacinação, reduzindo o horário de funcionamento para entre as 08h00 e as 20h00, o que “não serve a população do concelho”.
“Face à distância que Coruche está do Hospital Distrital de Santarém, da sede do concelho 40 quilómetros, das freguesias mais distantes 60 quilómetros, isto de facto torna muito complicada a assistência médica à população”, considerou Francisco Oliveira. Por outro lado, a reabertura plena do SAP serviria “para aliviar também o constrangimento dos bombeiros municipais [de Coruche] porque não havendo um serviço de emergência no centro de saúde têm de deslocar os doentes para Santarém ou, eventualmente, para Vila Franca de Xira”.